Famílias sofrem com falta d“água em 48 bairros de THE

Teresina entra no período mais quente do ano com falta de água em diversas regiões.

Drama: Falta água em 48 bairros de Teresina | Reprodução
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Sem água para beber, fazer comida, lavar roupa, tomar banho e escovar os dentes. Essa é a realidade observada em diversos pontos de Teresina, e que se agrava ainda mais neste período de calor intenso. Há alguns meses o problema da falta de água vem atingindo toda a população da capital e se estendido em praticamente todas as zonas da cidade, causando desconforto e indignação.

Um exemplo deste quadro pode ser percebido no Bairro Angelim, onde os moradores que residem nas regiões mais altas já sofrem com esse mesmo problema há 23 anos. Os relatos dão conta de que as moradias passam o dia inteiro sem água, e que a mesma só retorna por volta das 23h. Mas a alegria dura pouco: o serviço, segundo os moradores, volta a ser interrompido durante a madrugada.

No local não existe chafariz, por isto os moradores se veem obrigados a armazenar o líquido ou obtê-lo em outros locais que o disponibilizem. Segundo Maria Raimunda, presidente da associação de moradores do local, a solução foi comprar uma caixa de mil litros e mandar fazer pequenos poços artesianos para o armazenamento da água dentro de casa. ?Temos que utilizar uma caixa para as necessidades de toda a família?, disse ela.

E os transtornos não poupam ninguém. Até mesmo quem tem problemas de saúde precisa percorrer distâncias relativamente longas para conseguir um pouco de água e fazer com que a família não passe por aperto. Uma escola do bairro costuma ser a alternativa para muita gente. É o caso da aposentada Maria Francisca Silva. ?Tenho problemas no joelho e dificuldades para andar, porém sempre vou pegar água nessa escola mais perto de minha casa, quando falta nas torneiras?.

Por falar em escolas, elas também estão sofrendo com o problema. Os moradores informaram que uma das unidades de ensino presentes no bairro sofre com a falta constante de água. De acordo com a presidente do bairro, quando não tem água nas torneiras, a escola libera as crianças e não ministra aulas neste dia.

Há pouco tempo, quando os moradores não tinham onde armazenar a água e nem dispunham de opções para ir buscá-la em locais mais próximos, a alternativa também era ir até o rio Parnaíba.

?Assim que cheguei ao bairro, essa era a realidade de muitos. Sem ter como conseguir o líquido a solução era descer até o rio e lá lavar roupas e até tomar banho?, esclarece Maria Raimunda.

Moradores veem-se obrigados a comprar água

Um cenário normalmente visto apenas no semiárido já vem aparecendo com frequência na capital. As deficiências no abastecimento obrigam muita gente a recorrer à compra de água. No próprio Angelim, o produto é comercializado em tambores por todo o bairro. A reportagem apurou que o preço de cada tambor chega a 10 reais.

Com isso, os vizinhos reclamam que há uma situação de despesa dupla, na qual eles precisam arcar com o gasto da água comprada por fora e também com o talão entregue pela Agespisa.

A presidente da associação de moradores conta que essa foi a maneira encontrada por alguns residentes que não querem mais se deslocar até a escola mais próxima para obter o líquido. ?Essa não é uma prática comum, porque nem todos podem estar sempre comprando o produto, porém na falta em dias mais inoportunos, a opção é comprar mesmo?, afirma.

No local, os carroceiros garantem seu trocado do dia com a prática. Quem deseja comprar o líquido pode ficar à espera desses trabalhadores, que passam todos os dias pelas ruas do bairro vendendo o produto, sobretudo nos pontos onde a situação é mais crítica.

Teresina possui 48 bairros com falta de água

A capital piauiense, Teresina, possui 48 bairros com graves problemas de falta de água, com dificuldades que se arrastam há mais de três meses.

O problema vem se arrastando desde a nova gestão da Agespisa, mas ganhou maior visibilidade por causa da campanha eleitoral porque os consumidores aproveitam a presença dos candidatos à Prefeitura de Teresina para abrir as torneiras e mostrar que não sai água.

Como os candidatos têm usado seus espaço no horário eleitoral gratuito mais para apresentar suas propostas e o que fizeram, terminam não mostrando os problemas, mas os eleitores aproveitam a presença do batalhão de repórteres que acompanha a disputa eleitoral para mostrar que estão sem água e não conseguem, mesmo assim, sensibilizar a direção da Agespisa para o problema.

Segundo os dados do Serviço Telefônico da Agespisa, que recebe as reclamações e as Federações das Associações de Moradores e Conselhos Comunitários, 48 bairros de Teresina estão enfrentando a falta de água.

Os bairros e vilas apontados com falta de água são Piçarreira, Vale Quem Tem, conjunto Mirian Pacheco, conjuntos Sigefredo Pacheco I, Sigefredo Pacheco II, Planalto Uruguai, Vale do Gavião, Satélite, conjunto Saturno, conjunto Wilson Brandão Filho, Morada do Sol, na zona Leste, Santa Maria da Codipi, Parque Brasil I, Parque Brasil II, Parque Brasil III, conjunto Francisca Trindade, na zona Norte, e Palitolândia, na zona Sul de Teresina, segundo o superintendente metropolitano da Agespisa, Orlando Aires.

Na soma de Orlando Aires, são 17 bairros que enfrentam a falta ou problemas de abastecimento de água.

O Setor Telefônico que recebe reclamações da Agespisa informou que recebeu neste mês 188 reclamações de falta de água no telefone que a empresa tem para receber essas informações.

Segundo a Agespisa, as reclamações neste mês foram de moradores dos bairros Pedra Mole, Satélite, Vale do Gavião, Porto do Centro e Planalto Uruguai, na zona Leste de Teresina; do centro da capital; e dos bairros Tabuleta, Três Andares e Ilhotas, na zona Sul da cidade.

Os dois setores da Agespisa informam que 23 bairros de Teresina estão sem água ou com problema de falta de água, apesar de Orlando Aires desmentir informações da própria companhia falando que não há falta de água nos bairros Tabuleta, Três Andares, Ilhotas e no centro de Teresina.



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