A agricultura familiar é a principal fonte de sustento para a maior parte das famílias que vivem em ocupações rurais, revela levantamento sobre o setor rural divulgado nesta quinta-feira (1) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). As relações de trabalho nesse meio, no entanto, são precárias e instáveis, indica o estudo.
De acordo com os dados do Ipea, 43% da população ocupada em tais condições não são remunerados pela sua atividade. Além disso, 43% dos empregados ocupados no setor são temporários.
"Mais da metade dos trabalhadores do grupamento agrícola estão fora de
qualquer relação de assalariamento, o que desafia a estrutura do sistema de
direitos e garantias sociais, fundadas nas relações de trabalho centradas no
emprego formal", diz comunicado do órgão.
Para a entidade, que realizou o trabalho com base nas informações da Pnad 2008, é provável que que a maior parte destes trabalhadores viva em domicílio em que a família possui alguma fonte de renda.
"Porém, dada a expressividade do número de não remunerados no total da força de trabalho ocupada, é provável que no interior deste contingente encontremos relações precárias de trabalho e desemprego", informa a entidade em comunicado.
Além da renda recebida pela atividade rural, rendimentos de ouras fontes
têm importância bastante expressiva na composição da renda domiciliar da
população rural, segundo o Ipea. 33,11% dos domicílios rurais
tinham, entre seus moradores, pelo menos um aposentado ou pensionista.
Segundo a pesquisa, há hoje 30 milhões de brasileiros que vivem em ocupações rurais; número que, se constituísse um país, seria o quadragésimo mais populoso do mundo, e o terceiro da América do Sul, atrás de Brasil e Argentina
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