Alta dos juros deve aumentar calote no país

Previsão do mercado é que taxa básica, a Selic, suba para 9,25% nesta semana

Avalie a matéria:
|
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

Dois fenômenos influenciam a percepção de que a inadimplência poderá voltar a crescer: o número de pessoas endividadas aumentou e o cenário dos juros começou a mudar. A procura por financiamento, segundo a Serasa, bateu recorde no mês passado na comparação com fevereiro – porque março tem mais dias que fevereiro e porque o consumidor se apressou para aproveitar a isenção de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) de automóveis, móveis e linha branca. Em relação a fevereiro do ano passado também houve um crescimento histórico. No outro extremo, o Banco Central deve começar a elevar sua taxa de juros – a Selic, que serve de referência para o estabelecimento das taxas cobradas no mercado – neste mês. Isso deve afetar o bolso de quem tem financiamentos com taxas pós-fixadas, como cartão de crédito por exemplo. Segundo o boletim Focus, relatório de mercado divulgado pelo Banco Central, a taxa deve subir dos atuais 8,75% ao ano para 9,25%. A reunião ocorre nesta próxima quarta-feira (28) e se as previsões forem confirmadas, a tendência é que os bancos já repassem o aumento para o consumidor por meio das taxas de juros dos financiamentos. Para o gerente de indicadores de mercado da empresa de análise de crédito Serasa, Luiz Rabi, o efeito dessa mudança, no entanto, não será uma interrupção acentuada na demanda por crédito nem uma disparada na inadimplência: os dois movimentos no crédito serão moderados. - O BC inclusive vai elevar os juros para conter o aumento do crédito, que vinha avançando a 120 km/h. A demanda vai continuar a crescer, mas em ritmo menor; o mercado de trabalho vai continuar a se expandir. O que vai haver é um reajuste. “Bom comportamento” Apesar do tropeço esperado para os próximos meses, o comportamento da inadimplência é bom, em razão da influência positiva de fatores como o cenário positivo do mercado de trabalho e o aumento da massa salarial, avalia o presidente da unidade de negócios de pessoas físicas e jurídicas da Serasa, Laércio de Oliveira Pinto. - A inadimplência está muito bem comportada, e isso se dá pelo fato de que temos o desemprego sob controle, em torno de 7%, um cenário de melhoria de renda e a economia em atividade. Tudo isso faz com que o consumidor tenha mais confiança por não ver um risco de desemprego no curto prazo e tenha uma atitude mais propensa ao consumo. Segundo ele, o cenário de aumento de juros deve levar os bancos a olharem com mais atenção tanto prazos de oferta de crédito e os consumidores a prestarem mais atenção em seus orçamentos domésticos, para “não cair em um processo de endividamento mais grave”. O diretor de crédito para veículos e imóveis do Itau Unibanco, Marcos Vanderlei Bellini Ferreira, disse que a mudança no cenário dos juros deve afetar o crédito à pessoa física entre o fim do primeiro semestre deste ano e o início do segundo, mas destacou que a tendência é de que a inadimplência recue novamente depois, devido ao cenário econômico positivo.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES