Americanas anuncia rombo de R$ 4,6 bilhões no balanço após escândalo fiscal

O resultado financeiro foi negativo em R$ 2,2 bilhões, em contraste com os R$ 4 bilhões negativos do mesmo período em 2022

Americanas anuncia rombo de R$ 4,6 bilhões no balanço após escândalo | Tânia Rêgo/Agência Brasil
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A Americanas, varejista atualmente em processo de recuperação judicial desde janeiro de 2023, revelou hoje que sofreu um prejuízo líquido de R$ 4,6 bilhões nos primeiros nove meses do ano passado. Esse montante representa uma diminuição de 23,5% em comparação com as perdas de R$ 6 bilhões registradas no mesmo período de 2022. A receita líquida durante esse intervalo foi de R$ 10,3 bilhões, marcando uma queda de 45% em relação ao ano anterior. 

O resultado financeiro foi negativo em R$ 2,2 bilhões, em contraste com os R$ 4 bilhões negativos do mesmo período em 2022. Ao fechar os nove primeiros meses de 2023, a Americanas apresentou um patrimônio líquido negativo de R$ 31,2 bilhões, refletindo um aumento de 16,8% nos passivos em comparação com o fim de 2022, quando esse valor era de R$ 26,7 bilhões. É importante notar que o balanço referente aos meses de janeiro a setembro de 2023 foi adiado três vezes pela atual administração da empresa.

A Americanas divulgou os resultados financeiros de 2022 apenas em 12 de novembro, dez meses depois do escândalo contábil, quando apontou prejuízo de R$ 12 bilhões no ano. As demonstrações financeiras de 2022 tiveram que ser refeitas após a descoberta de que dados contábeis foram adulterados durante oito exercícios seguidos, segundo o atual presidente da Americanas, Leonardo Coelho. Ele afirmou em entrevista à Folha de S.Paulo que as fraudes ocorriam ao menos desde 2015.

Desde 12 de janeiro de 2023, a Americanas demitiu um quarto da equipe, o que reduziu seu quadro de 43.123 colaboradores para 32.248 empregados sob regime CLT em 21 de janeiro de 2024 (dado mais recente disponível). Em número de lojas, eram 1.880 em janeiro e hoje são 1.754, queda de 7%. O fechamento de 126 pontos de venda em um ano representa cerca de uma loja encerrada a cada três dias. A medida é ruim não só para funcionários, é também para fornecedores, que perdem pontos de venda e promoção de produtos.

Desde assumir o rombo e ver seu valor de mercado desabar de quase R$ 11 bilhões para R$ 649 milhões, a Americanas assistiu à novata Shopee ultrapassá-la na lista das varejistas mais lembradas. A redução nos quadros e nos serviços faz parte de tornar a empresa mais enxuta e vender a ideia de "nova Americanas", uma varejista mais voltada a produtos de conveniência, como guloseimas, itens de limpeza e brinquedos.

Assim, a companhia deixa em segundo plano itens de maior valor agregado como linha branca, notebooks e smartphones. Os parceiros do marketplace assumem essa frente. "Mas é preciso levar em conta que os consumidores não têm a mesma confiança no site como tinham antes", disse, em entrevista à Folha de S.Paulo, José Daronco, analista da Suno Research. "Isso impacta diretamente o volume de vendas."



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