Analistas apostam em Selic a 8,75% ao ano

Comitê do Banco Central anuncia nova Selic na quarta-feira

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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deve cortar na próxima reunião em 0,5 ponto a taxa básica de juros, a Selic, segundo a maioria dos analistas consultados pelo G1. A nova taxa - que atualmente é de 9,25% ao ano - será anunciada nesta quarta-feira (22), quando acaba o encontro de dois dias dos oito membros que compoem o Comitê do BC.

Na avaliação de quatro dos seis especialistas de mercado procurados pela reportagem, o Copom deve optar por desacelerar o ritmo dos cortes - já que as decisões mais recentes foram de redução de 1,5 ponto em março e um ponto em junho. A aposta está em linha com o que preveem os analistas consultados semanalmente pelo BC no relatório de mercado, também conhecido como Focus, divulgado na segunda-feira. Se confirmada a redução prevista pelo mercado, a taxa de juros cairá, novamente, ao nível mais baixo já registrado: 8,75% ao ano.

No fim do ano passado, os juros estavam em 13,75% ao ano e estão sendo reduzidos em 2009 por conta dos efeitos da crise financeira internacional na economia brasileira.

Razões para a queda

Para o professor Alcides Leite, da Trevisan Escola de Negócios, ainda há espaço para manter a trajetória de queda dos juros porque diversos fatores contribuem para uma inflação “comportada”: se houvesse ameaça de descontrole da inflação, o BC usaria os juros como ferramenta para controlar a alta dos preços. “Há condições para redução (em 0,5 ponto) porque a inflação está sob controle, os indicadores dos preços no atacado estão baixos e o dólar também está baixo, sem pressão inflacionária", diz Leite.

A opinião é compartilhada pelo ex-presidente da Febraban e economista da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), Roberto Troster. "Você está em uma recessão, com projeção de PIB negativo, então a prescrição é clara: não pode ter freio de mão puxado. Não tem pressão inflacionária", afirma.

A economista do Banco Fibra, Maristella Ansanelli, também aposta no corte de 0,5 ponto. "A redução de ritmo deve ocorrer mais por conta da magnitude do ajuste monetário já realizado ao longo dos últimos meses do que por conta de sinais de aceleração do ritmo de recuperação da atividade econômica, que segue fraca", afirmou a economista em nota. Outras apostas Na avaliação do conselheiro do Conselho e Ordem dos Economistas de São Paulo (Corecon), Jin Whan Oh, o Copom deve reduzir os juros nesta reunião em 0,25 ponto. "Depois de cortar um ponto na última reunião, o comitê já tinha sinalizado que adotaria um ritmo bem menor. E, depois de romper o patamar simbólico de um dígito e até ajustar regras da poupança por causa disso, já atingiu um patamar que impõe cautela", afirma Whan Oh.

Já segundo a prevsão do professor de finanças da Faculdade de Informática e Administração Paulista (Fiap), Marcos Crivelaro, a redução da Selic pode ser maior e chegar a 0,75 ponto para estimular segmentos da economia que têm tido desempenho fraco. "O ponto principal (para justificar o corte de 0,75) é: os setores que não estão sendo beneficiados pelo IPI não estão mostrando um desempenho bom", analisa. Próximas reuniões As estimativas do mercado financeiro divergem ainda mais quando o assunto é o rumo da Selic até o final de 2009.

Enquanto o boletim Focus prevê que esta deve ser a última reunião em que o BC corta os juros no ano, outros analistas apostam em uma sequência de reduções. A previsão mais frequente entre os analistas ouvidos pelo G1 é de que o BC realize um último corte na próxima reunião, em setembro. Em um ponto, todos concordam: a magnitude do corte vai depender do desempenho dos indicadores econômicos durante o intervalo entre um encontro do Copom e outro. "A decisão sobre os próximos cortes vai depender um pouco de uma avaliação nesses próximos 45 dias - vamos ver como vão ficar os indicadores", diz o diretor da Integral Trust, Carlos Fagundes. "O ciclo de baixa está chegando ao fim: ou nessa reunião, ou na próxima. Mas uma nova alta nos juros só deve acontecer na gestão do próximo presidente (da República", afirma Troster. Para Maristela Ansanelli, do Banco Fibra, o corte da reunião de setembro deve ser mais "fraco" do que na de julho. "Acreditamos que pode haver espaço ao menos para mais uma redução em setembro e consideramos prematura a discussão ao redor da retomada da alta dos juros já no próximo ano", afirma.



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