Anfavea: 'Montadoras brigam todo dia para ficar no Brasil'

Luis Carlos Moraes destaca que a crise é mundial, e que a ociosidade das fábricas não ocorre só no Brasil

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Luis Carlos Moraes | Divulgação
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O presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Luis Carlos Moraes afirmou nesta quarta-feira (7) que executivos das montadoras têm que travar uma "briga diária" para convencer as matrizes a manter investimentos no Brasil

''Espero que a gente não chegue nesse ponto [de haver novos fechamentos de fábricas no Brasil]. O país tem um mercado consumidor muito bom. A gente tem capacidade técnica de entregar produtos tão bons quanto os das nossas matrizes. Por isso temos mais de 60 plantas aqui. A gente briga para manter esse investimento localmente. É uma briga diária'', disse ele. 

Moraes destaca que a crise é mundial, e que a ociosidade das fábricas não ocorre só no Brasil. Mas, segundo ele, na hora de definir os investimentos, as empresas avaliam o ambiente de negócios dos países - e é nesse momento que o Brasil pode sair perdendo.

''O Brasil tem o custo [mais alto], a inflação... A gente tem mais dificuldade de defender o investimento. Não é que não vamos defender ou não vamos conseguir, mas temos que gastar mais saliva para convencer que vale a pena fazer investimento no Brasil'', acrescentou. 

 

O presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes

Ambiente do país assusta multinacionais

Mais cedo, em entrevista coletiva, Moraes criticou a existência de "ruídos políticos inaceitáveis" no país, que prejudicam o ambiente de negócios e criam desconfiança entre os investidores.

''Muitas das nossas empresas estão conversando com as matrizes sobre novos investimentos ou sobre como manter os investimentos rodando. É um planejamento de longo prazo, uma discussão permanente. Esse ambiente econômico e político não ajuda, até assusta as matrizes''

"Estão pensando na eleição de 2022" e não no país

Um dos pontos mais criticados por Moraes é o impasse envolvendo o Orçamento do governo federal para 2021. Aprovado em março, o Orçamento está com despesas obrigatórias subestimadas, o que, segundo o próprio governo, inviabiliza a execução dos gastos.

De acordo com Moraes, os executivos estão "tendo dificuldades em explicar essa confusão aqui no país" para as matrizes. 

''Tem gente em Brasília que está pensando na eleição de 2022, e não em como fechar o ano, como cuidar das empresas''.

 Venda de carros caiu 23% no 1º trimestre.

Segundo balanço divulgado pela Anfavea nesta quarta-feira (7), o primeiro trimestre de 2021 teve "desempenho frustrante" nas vendas de veículos. Foram 527,9 mil carros vendidos, número 5,4% menor do que o registrado no mesmo período do ano passado. Na comparação com o último trimestre de 2020, a queda foi de 23%.

Segundo a Anfavea, os números apontam que a recuperação do setor, que vinha sendo registrada desde a metade de 2020, desacelerou. Tradicionalmente, segundo a entidade, a queda nas vendas entre o quarto trimestre de um ano e o primeiro trimestre do ano seguinte é de 15%.



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