Balança comercial registra superávit recorde de US$ 9,035 bilhões em julho

Balança comercial brasileira fechou o mês de julho com um superávit de US$ 9,035 bilhões.

Balança comercial do Brasil tem bom desepenho | Ricardo Botelho / Minfra
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O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) divulgou nesta terça-feira (1º) que a balança comercial brasileira fechou o mês de julho com um superávit de US$ 9,035 bilhões. Esse resultado é o melhor já registrado para meses de julho e representa um aumento de 68,7% em relação ao mesmo mês do ano anterior, considerando o critério da média diária.

Com o excelente desempenho de julho, o superávit acumulado nos sete primeiros meses do ano atingiu a marca recorde de US$ 54,1 bilhões. Esse é o maior saldo positivo registrado para o período desde o início da série histórica em 1989. Embora as exportações e importações tenham apresentado queda em julho, o recorde no saldo comercial foi alcançado. 

As exportações brasileiras para o exterior totalizaram US$ 29,062 bilhões no mês passado, o que representa uma redução de 2,6% em relação ao mesmo mês de 2022, utilizando o critério da média diária. Por sua vez, as importações totalizaram US$ 20,027 bilhões, registrando uma queda de 18,2% no mesmo critério de comparação. O setor agropecuário foi afetado pela queda nos preços das commodities, que são bens primários com cotação internacional, resultando na retração das exportações. Entretanto, a safra recorde de grãos contribuiu para atenuar a queda nas vendas externas.

Analisando os números, verifica-se que o volume de mercadorias exportadas aumentou 14,1% em julho, mas os preços médios caíram 14,2% em comparação com o mesmo mês do ano anterior. No caso das importações, a quantidade de produtos adquiridos no exterior diminuiu 2,7%, enquanto os preços médios recuaram 14,8%.

Em relação aos setores específicos, o setor agropecuário teve um aumento significativo nas exportações devido à safra recorde de grãos, com o volume de mercadorias embarcadas subindo 26,7% em julho, e o preço médio caindo 18,7%. Já na indústria de transformação, houve um aumento de 1,9% na quantidade de mercadorias exportadas, mas o preço médio recuou 6,3%. Na indústria extrativa, que abrange a exportação de minérios e petróleo, a quantidade exportada aumentou em 31,5%, enquanto os preços médios caíram 26%.

Milho, mel e café foram destaques

Alguns dos produtos que se destacaram nas exportações do setor agropecuário foram o milho não moído (-7,3%), o mel natural (-69,1%) e o café não torrado (-12,6%). Exceto pelo café, que foi afetado por uma safra menor, essa diminuição nos números deve-se principalmente aos preços. No entanto, a soja registrou um destaque positivo, com aumento de 3,2% nas exportações em julho deste ano em comparação ao mesmo mês do ano anterior. A safra recorde contribuiu para um aumento de 31,9% no volume de embarques de soja, apesar da queda de 21,8% no preço médio.

Na indústria extrativa, as maiores reduções ocorreram nas exportações de minérios de ferro e seus concentrados (-15,9%) e minérios de cobre e seus concentrados (-11%) na mesma comparação. Embora a quantidade exportada tenha aumentado, os preços médios caíram devido à estabilização das cotações internacionais após o primeiro aniversário da guerra entre Rússia e Ucrânia.

No que diz respeito aos óleos brutos de petróleo, também classificados dentro da indústria extrativa, as exportações aumentaram 8,2%. No entanto, os preços médios caíram 35,7% em relação a julho do ano anterior, enquanto a quantidade embarcada aumentou 68,2%, impulsionada pelo crescimento da produção.

Na indústria de transformação, os maiores declínios ocorreram nas exportações de combustíveis (-32,3%), carne bovina fresca, refrigerada ou congelada (-30,4%) e produtos semiacabados de ferro ou aço (-27,1%).

Importações

Quanto às importações, os principais recuos foram registrados nos seguintes produtos: trigo e centeio não moídos (-42,4%); cevada não moída (-61,1%) e milho não moído (-47,3%), no setor agropecuário; gás natural (-28,6%), outros minérios e concentrados dos metais de base (-20,9%) e carvão não aglomerado (-7,1%), na indústria extrativa; e compostos organo-inorgânicos (-37,6%) e adubos ou fertilizantes químicos (-64,8%), na indústria de transformação.

A queda nas importações de fertilizantes ainda é impactada pela guerra entre Rússia e Ucrânia, e a diminuição se deve principalmente à redução de 57,7% nos preços desses produtos. A quantidade importada de fertilizantes também caiu 16,8% em julho, em comparação com o mesmo mês do ano anterior.

Apesar da desvalorização das commodities, o governo brasileiro projeta um saldo positivo recorde de US$ 84,7 bilhões para a balança comercial neste ano, superando a previsão anterior de US$ 84,1 bilhões feita em abril. O MDIC estima que as exportações diminuam 1,4% em 2023, encerrando o ano com um total de US$ 330 bilhões, enquanto as importações devem recuar 10%, totalizando US$ 245,2 bilhões.

Essas previsões são mais otimistas do que as do mercado financeiro, que por meio do Boletim Focus, pesquisa com analistas de mercado divulgada semanalmente pelo Banco Central, projeta um superávit de US$ 66 bilhões para o ano em curso.



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