Bancos repassam corte de juro básico e taxa é a menor desde 2010

No mês passado, bancos começaram a anunciar cortes nos juros

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Juros médios de pessoa física caem para 42,1% ao ano em abril, diz BC | Reprodução
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Depois de oito meses do início dos cortes dos juros básicos da economia brasileira, efetuados pelo Banco Central, as instituições financeiras repassaram integralmente, em abril, as reduções para os clientes bancários, revelam informações divulgadas nesta sexta-feira (25) pela autoridade monetária. No mês passado, a taxa recuou para 42,1% ao ano, a menor desde dezembro de 2010 (40,6% ao ano).

O processo de redução da taxa básica da economia brasileira começou em agosto do ano passado, quando estava em 12,5% ao ano. Atualmente, já está em 9% ao ano. Com a redução da taxa básica, o custo de captação dos bancos nas operações com pessoas físicas, que estava em 11,8% ao ano em agosto, passou para 8,9% ao ano em março deste ano. Ou seja, houve um recuo de 2,9 pontos percentuais.

Já a taxa média de juros dos bancos nas operações com pessoas físicas somava 46,2% ao ano em agosto do ano passado, recuando para 44,4% em março e para 42,1% ao ano em abril. Uma redução de 4,1 pontos percentuais desde agosto. No começo de maio, até o dia 14 deste mês, segundo o BC, a taxa recuou ainda mais, para 40,1% ao ano - valor mais próximo da mínima histórica (39,1% ao ano, em novembro de 2003).

Anúncio de cortes de juros pelos bancos

O movimento de corte mais agressivo dos juros bancários de pessoa física coincidiu com os anúncios, por parte de vários bancos, de reduções de juros. O primeiro anúncio aconteceu em 4 de abril, por parte do Banco do Brasil, e foi seguido pela Caixa Econômica Federal e por bancos privados, como Itaú-Unibanco, Bradesco e Santander, entre outros.

"A última vez em que houve um movimento mais significativo de redução dos juros e do "spread" bancário havia sido no início de 2009, por conta de movimentos associados à crise financeira [início de recuperação] e por conta da liberação de compulsório realizada no fim de 2008", avaliou Tulio Maciel, chefe do Departamento Econômico do Banco Central.

"Spread bancário"

O movimento de recuo dos juros bancários acontece após pressão por parte do governo para os bancos privados reduzirem o chamado "spread bancário" - que é a diferença entre a taxa de captação dos bancos e os juros cobrados dos tomadores finais do crédito, subiu. Em agosto do ano passado, estava em 34,4 pontos percentuais nas operações para pessoas físicas. Em abril deste ano, somou 33,2 pontos percentuais.

O alto nível do "spread bancário" no Brasil tem sido duramente criticado pela presidente da República, Dilma Rousseff, e por integrantes da equipe econômica, como o ministro da Fazenda, Guido Mantega. No mês passado, Mantega avaliou, após encontro com representantes das instituições financeiras, que os bancos privados têm "margem" para reduzir seu "spread bancário" e, consequentemente, os juros cobrados de seus clientes.

Além do lucro dos bancos, o spread também é composto pela taxa de inadimplência, por custos administrativos, pelos depósitos compulsórios e pelos tributos cobrados pelo governo federal, entre outros. Levantamento mostra que o setor bancário, representado por 25 bancos, foi o que registrou o maior volume de lucro entre as empresas de capital aberto em 2011 no Brasil. Estudo do Ministério da Fazenda mostram que o "spread bancário" brasileiro é um dos maiores do mundo.

Taxa média geral e de empresas

Segundo o Banco Central, os juros bancários de todas as operações (pessoas físicas e empresas) também caíram em abril deste ano, quando atingiram 35,3% ao ano, contra 37,3% ao ano em março de 2012. Também é o menor valor desde dezembro de 2010 (35% ao ano). No caso da taxa média cobrada dos bancos nas operações com empresas, a taxa recuou de 27,7% ao ano em março para 26,3% ao ano em abril.



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