Brasil registra superávit recorde de US$ 8,9 bilhões no mês de setembro

Apesar da desvalorização das commodities, o governo revisou ligeiramente para cima sua projeção de superávit comercial para 2023

Brasil registrou superávit recorde | Marcello Casal Jr./Agência Brasil
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A balança comercial do Brasil registrou um desempenho excepcional em setembro, fechando o mês com um superávit recorde de US$ 8,904 bilhões, de acordo com os dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) nesta segunda-feira, 2 de outubro. Esse resultado representa um aumento notável de 51,2% em relação ao mesmo período do ano anterior, tornando-se o melhor resultado já registrado para o mês de setembro.

Esse superávit expressivo foi impulsionado por várias tendências. Primeiramente, houve uma redução significativa nas importações de combustíveis, o que contribuiu para o aumento do saldo positivo. Além disso, a safra recorde de grãos desempenhou um papel fundamental, impulsionando as exportações agrícolas do país.

Com os números de setembro, a balança comercial do Brasil atingiu um superávit acumulado de US$ 71,309 bilhões nos nove primeiros meses do ano, o que também é um recorde histórico para esse período desde o início da série histórica em 1989. Desde agosto, o saldo positivo superou o superávit comercial recorde de US$ 61,525 bilhões registrado durante todo o ano anterior.

No que diz respeito às exportações e importações, as exportações brasileiras aumentaram, enquanto as importações apresentaram uma queda acentuada em setembro. No mês passado, o Brasil exportou um total de US$ 28,431 bilhões para o mercado internacional, representando um aumento de 4,4% em relação ao mesmo mês do ano anterior, com base na média diária. Enquanto isso, as importações totalizaram US$ 19,527 bilhões, uma queda de 17,6% na mesma base de comparação.

Vários fatores contribuíram para esse desempenho robusto. A safra recorde de grãos impulsionou as exportações agrícolas, com um aumento de 41,7% no volume de mercadorias embarcadas, apesar de uma queda de 17,2% nos preços médios. No setor de indústria de transformação, houve uma diminuição de 8,5% na quantidade exportada, com uma redução de 2,6% nos preços médios. Já na indústria extrativa, que inclui a exportação de minérios e petróleo, a quantidade exportada aumentou em 20,6%, enquanto os preços médios diminuíram 9,6%.

As exportações agropecuárias tiveram destaque, com aumento notável nas vendas de animais vivos (exceto pescados ou crustáceos), soja e milho não moído. A soja, em particular, teve um desempenho impressionante, com um aumento de 67,8% no volume de embarques, apesar de uma queda de 17,6% nos preços médios. Na indústria extrativa, as principais altas foram observadas nas exportações de minérios de cobre e concentrados e petróleo bruto. No entanto, os preços médios do ferro caíram ligeiramente devido à desaceleração da economia chinesa.

No que se refere às importações, houve quedas significativas em produtos como milho não moído, látex e borracha natural, gás natural, carvão não aglomerado e óleos brutos de petróleo. A guerra entre Rússia e Ucrânia continuou a impactar as importações de fertilizantes, com uma queda acentuada nos preços, embora a quantidade importada tenha aumentado.

Apesar da desvalorização das commodities, o governo revisou ligeiramente para cima sua projeção de superávit comercial para 2023, prevendo agora um saldo positivo de US$ 93 bilhões, em comparação com a projeção anterior de US$ 84,7 bilhões feita em julho. Essas estimativas se destacam em relação às projeções do mercado financeiro, que previam um superávit de US$ 72,1 bilhões para o ano. O governo também projetou estabilidade nas exportações em 2023, com um aumento mínimo, enquanto as importações devem apresentar uma queda de 11,5% em relação ao ano anterior. Esses números refletem a otimismo do governo em relação ao desempenho da balança comercial brasileira nos próximos meses.



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