Carne argentina substituirá picanha brasileira na Europa

A carne argentina vai, provavelmente, invadir as churrascarias brasileiras em Portugal depois do embargo da Uni?o Europ?ia ? importa??o de carne do Brasil, afirma reportagem do jornal portugu?s Correio da Manh? publicada nesta sexta-feira.

O embargo, anunciado nesta semana, foi decretado depois que o Brasil fracassou em cumprir com normas sanit?rias e de rastreamento do gado para exporta??o.

"No nosso pa?s a picanha, a maminha e o cupim s?o cada vez mais presen?a obrigat?ria...Os restaurantes brasileiros tornaram-se ponto de refer?ncia para jantares de fam?lia", diz o jornal, que cita a expans?o de cadeias de churrascarias e de restaurantes a quilo em Portugal.

O jornal ainda procurou os donos desses restaurantes para saber como eles pretendem reagir ? proibi??o. "Salientando a melhor rela??o pre?o/qualidade da carne bovina brasileira, os propriet?rios destes restaurantes admitem optar pelas carnes argentina e holandesa, o que pode encarecer um pouco o pre?o de venda ao consumidor."

Segundo o jornal, eles ainda n?o est?o preocupados pois t?m estoque de carne brasileira. Al?m disso, o embargo total s? entra em vigor a partir do dia 15 de mar?o, quando vencem os contratos firmados antes da imposi??o das restri?es.

"Lembre-se que o Brasil ? o maior exportador mundial de carne bovina, sendo o mercado europeu um dos principais clientes. No ano de 2006 a Uni?o Europ?ia importou um total de 327 mil toneladas de carne brasileira, no valor de 963 milh?es de euros, segundo dados avan?ados pelo Eurostat."

De acordo com o Correio da Manh?, as restri?es agradaram os produtores portugueses. O jornal cita Jos? Oliveira, da Associa??o de Produtores de Leite e Carne de Portugal (Leicar), que teria dito que "a carne brasileira ? "concorr?ncia desleal", quer ao n?vel dos pre?os, quer da qualidade, dado que n?o cumpriam normas sanit?rias rigorosas".

"O respons?vel da Leicar afirma que o embargo vai permitir a queda dos pre?os de venda ao consumidor da carne nacional, representando ao mesmo tempo lucros acrescidos para os produtores portugueses."

Segundo a reportagem, os produtores brasileiros tamb?m n?o estariam muito preocupados com o embargo, apostando em novos mercados e esperando que a proibi??o seja tempor?ria.