Classe média dribla crise e passa a ser maioria

Mais da metade da população passou a integrar a classe média a partir de 2009. De 2003 a 2009, 29 milhões de pessoas entraram na classe C.

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Assim, foi elevado para 94,9 milhões o número de brasileiros que compõem essa camada da população. Os dados integram a pesquisa A Nova Classe Média: O Lado Brilhante dos Pobres, divulgada ontem pelo Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

O estudo, feito com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi o primeiro a apontar o movimento em âmbito nacional. A Pesquisa Mensal de Emprego (PME), também conduzida pelo IBGE, já indicava que a classe C superava 50% da população, porém seus dados são restritos às seis principais regiões metropolitanas do País (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife e Porto Alegre).

"Esse processo de emergência da classe média é sustentável e diferente de Índia e China, que crescem economicamente, mas nem tanto, com redução de desigualdade", afirmou o economista Marcelo Neri, coordenador do estudo. A pesquisa considerou como classe C os brasileiros com renda domiciliar total entre R$ 1.126 e R$ 4.854. "É classe média no sentido estatístico e está de acordo com o padrão brasileiro, e não com o americano ou europeu."

Crise. O crescimento dessa classe econômica não foi interrompido nem pela crise global. Entre 2008 e 2009, quando foram sentidos os maiores efeitos das turbulências na economia, cerca de 3,1 milhões de pessoas passaram a integrar a classe C.

Para Neri, a emergência dessa camada lhe concede maior poder político e econômico. "Essa classe já representa mais da metade da população e tem um grande poder político, pois pode definir sozinha os resultados de uma eleição", comenta. Chamada de "nova classe média" por Neri, a classe C também é dominante do ponto de vista econômico, pois concentra 46% do poder de compra da população, superando classes A e B (44% juntas).

Na avaliação do economista, as empresas precisarão se preparar para atender a essa nova classe média, criando produtos e serviços diferentes: "Essa nova classe média não está acostumada a entrar em bancos. As portas giratórias antes a excluía".

Neri defende que o crescimento do País com redução da pobreza é sustentável, pois tem sido baseado mais em geração de renda do que em consumo. Enquanto o índice de potencial de consumo aumentou 22,6% entre 2003 e 2008, o índice de geração de renda subiu 31,2%. "Não é só crédito e programa social. Os brasileiros foram à escola nos anos 90, conseguiram trabalho com carteira assinada e passaram a contribuir para a Previdência."



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