Com mais de US$ 10 bilhões, Brasil registra o melhor superávit de junho

O superávit acumulado no primeiro semestre atingiu o valor recorde de US$ 45,514 bilhões, desde o início da série histórica em 1989.

Balança registra superávit | Tânia Rego/Agência Brasil
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Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) divulgou que a balança comercial do Brasil obteve um superávit de US$ 10,592 bilhões em junho, o melhor resultado já registrado para o mês. Essa cifra representa um aumento de 19,1% em relação a junho do ano passado, considerando a média diária de operações. Com esse resultado, o superávit acumulado no primeiro semestre atingiu o valor recorde de US$ 45,514 bilhões, desde o início da série histórica em 1989.

É importante ressaltar que, apesar da queda nas exportações e importações em junho, a balança comercial atingiu esse recorde. No mês passado, as exportações brasileiras totalizaram US$ 30,094 bilhões, uma redução de 8,1% em relação ao mesmo período do ano anterior, de acordo com a média diária. Já as importações somaram US$ 19,502 bilhões, apresentando uma queda de 18,2% pela mesma métrica.

A diminuição das exportações se deu principalmente devido à queda nos preços das commodities, que são bens primários com cotação internacional. Após um período de alta impulsionado pela guerra entre Rússia e Ucrânia no primeiro semestre do ano passado, as commodities apresentaram uma queda nos últimos meses, impactando as vendas externas. No entanto, a safra recorde de soja contribuiu para amenizar a queda nas exportações.

No que diz respeito ao volume de mercadorias exportadas, houve um aumento de apenas 6,7% em junho, enquanto os preços caíram em média 15,2% em comparação com o mesmo mês do ano anterior. No caso das importações, a quantidade adquirida diminuiu 3,3%, e os preços médios caíram 17,7%.

Ao analisar os setores, a safra recorde de grãos foi o principal fator que impulsionou as exportações no setor agropecuário. Em junho, o volume de mercadorias exportadas nesse setor aumentou 30,4% em comparação com o mesmo período de 2022, enquanto os preços médios caíram 18,2%. Na indústria de transformação, a quantidade de mercadorias exportadas diminuiu 5,7%, com uma queda de 7,1% nos preços médios. Já na indústria extrativa, que inclui a exportação de minérios e petróleo, a quantidade exportada aumentou 12%, enquanto os preços médios caíram 28,3%.

Agronegócio

No setor agropecuário, os produtos que se destacaram nas exportações foram o milho não moído (-13,5%), café não torrado (-26,2%) e algodão bruto (-28,3%). Exceto pelo café, cuja queda se deve à safra menor, essa diminuição se deve principalmente aos preços. Por outro lado, a soja teve um desempenho positivo, com um aumento de 10,1% nas exportações de junho em relação ao mesmo período do ano passado.

Na indústria de transformação, as quedas mais acentuadas ocorreram nos combustíveis (47,9%), gorduras e óleos vegetais industrializados (49%) e ferro industrializado (36%). Já no que diz respeito às importações, as maiores quedas foram detectadas no trigo e centeio, não moídos (58,8%), milho não moído (92,5%) e látex, borracha natural e gomas naturais (63,9%), na agropecuária; carvão não aglomerado (56,8%), petróleo bruto (46,8%) e gás natural (29,6%), na indústria extrativa; e combustíveis (21,7%), compostos organo-inorgânicos (26%) e adubos ou fertilizantes químicos (66,1%) na indústria de transformação.

Mesmo com a desvalorização das commodities, o governo elevou a projeção de superávit comercial e  prevê saldo positivo de US$ 84,7 bilhões para este ano, contra projeção anterior de US$ 84,1 bilhões. De acordo com o MDIC, as exportações diminuirão 1,4% em 2023 e fecharão o ano em US$ 330 bilhões. As importações recuarão 10% e fecharão o ano em US$ 245,2 bilhões. Essas previsão são otimistas e superam a estimativa do mercado financeiro, pois segundo o boletim Focus, que faz pesquisa com analistas de mercado e divulga semanalmente pelo Banco Central, a projeção do superávit é de US$ 63,76 bilhões neste ano.



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