Com segunda-feira negra, bolsa portuguesa perde R$ 12.524 bilhões

Lisboa ficou entre as piores, a perder 5,80%

|
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

A segunda-feira foi negra para a bolsas mundiais e retirou 3,1 mil milhões de euros (equivalente a R$ 12,524 bilhões) à bolsa portuguesa, o equivalente ao valor de mercado da Sonae e da Semapa juntas. Ou a três vezes o valor dos CTT. Lisboa acabou por fechar a sessão com prejuízos de 5,80%, o que representa a maior queda desde o dia 10 de outubro de 2008 (foi de 5,95%), auge da crise financeira. Na Europa ninguém escapou: perdas foram de cerca de 5%.

Dos 3,1 mil milhões que desapareceram da bolsa lisboeta nesta segunda-feira, a EDP, a Galp Energia e a Jerónimo Martins foram as empresas portuguesas que mais valor de mercado perderam, num total de 1,6 mil milhões de euros. No entanto, os líderes nas perdas foram o Banif com -10,34% e a Pharol (antiga PT SGPS) com -8,75%.

Mas tudo começou em Xangai. O epicentro da crise bolsista deu-se na China, que às 8h da manhã (hora de Lisboa) via a sessão fechar com prejuízos na ordem dos 8,49%, e as ondas de choque fizeram-se sentir em todo o mundo. Na Europa, a bolsa de Lisboa foi das que sentiu as maiores perdas, com o PSI 20 a afundar até 8,09% à hora de abertura de Wall Street (14h30 de Lisboa).

Esta perda intra-diária de 8,09% do PSI 20 às 14h30 foi a nona mais alta de sempre. A bolsa lisboeta começou, no entanto, a responder de forma mais positiva a partir daí e às 16h30, hora de fecho, o PSI 20 registava perdas de 5,80%.

Atrás do pico de Lisboa só mesmo a bolsa grega que, por volta das 14h45 de Lisboa, atingia um pico de perdas de 11,40%. A Grécia, aliás, registou o segundo prejuízo mais alto entre as 93 principais bolsas mundiais, ficando apenas atrás da Arábia Saudita, que teve prejuízos de 12,33%. Mas ninguém escapou ileso. Os efeitos do terramoto de Xangai passaram por toda a região da Ásia e Pacífico e chegaram rapidamente à Europa e aos Estados Unidos da América. O índice industrial Dow Jones fechou com uma quebra de 588 pontos depois de um dia de imensa agitação.

À hora de fecho da bolsa chinesa, a bolsa lisboeta começou por abrir com perdas na ordem dos 4,42%, tendo continuado sempre numa tendência de queda a pique até à hora de abertura de Wall Street. Nova Iorque abriu no vermelho mas bem menos pessimista do que as bolsas asiáticas, com perdas na ordem dos 0,29% no índice Standard & Poor’s 500, o que permitiu às principais praças europeias respirarem ligeiramente de alívio.

Apesar das oscilações, certo é que a queda histórica da bolsa chinesa teve repercussões por toda a Europa: em Frankfurt, o índice alemão DAX afundou 4,70%, sendo que as principais praças europeias, de Madrid, Londres, Paris a Milão, também abriram e fecharam no vermelho, com os respetivos índices a registarem perdas na ordem dos 5%.

O principal índice da praça espanhola, o IBEX, fechou com perdas superiores a 5,01%, enquanto o FTSE MIB (Itália) registou prejuízos na ordem dos 5,96%. Já em França as perdas foram de 5,35%. No Reino Unido, o FTSE 100 fechou com uma queda de 4,67%.

Pelo caminho, o euro valorizou – atingindo os 1,1578 contra o dólar, nível não visto desde janeiro. Em dias de instabilidade, os investidores estão a olhar para o euro como um terreno seguro, tendo também em conta a expectativa de que, nos EUA, a Fed acabe por subir as taxas de juro. Já o rublo caiu para mínimos de sempre — são precisos agora 67,12 rublos para equivaler a um dólar.

Sem surpresas, as bolsas em Nova Iorque negociaram também no vermelho, seguindo o percurso de fortes perdas das bolsas asiáticas e europeias, depois das ações em Xangai terem afundado mais de 8% e as matérias-primas terem caído acentuadamente.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Avalie a matéria:
Tópicos
SEÇÕES