Presidente do Banco Central afirma que crescimento de 2% é insuficiente

Ao responder a uma pergunta sobre o baixo crescimento brasileiro, Tombini afirmou que o governo vai acelerar a atividade econômica no País.

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O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, disse ontem que o crescimento econômico de 2% do País é insuficiente. "Não é suficiente e é possível ter mais. O governo tem uma agenda ampla com grande programa de infraestrutura, em aeroportos internacionais, por exemplo, e também com ênfase em educação", disse, durante debate sobre política monetária no Fórum Econômico Mundial.

Ao responder a uma pergunta sobre o baixo crescimento brasileiro, Tombini afirmou que o governo vai acelerar a atividade econômica no País. "Temos uma agenda pró-crescimento muito bem organizada nessa direção", completou,

De acordo com Tombini, o Brasil passa por um processo de "rebalanceamento" da economia que terá efeito positivo com aumento da oferta. "Estamos vendo um rebalanceamento. No lado da oferta, temos melhores condições para a manufatura", disse o presidente do BC,

Tombini participou de painel sobre o futuro da política monetária ao lado de vários presidentes de bancos centrais: da Inglaterra, George Osborne; do Japão, Haruhiko Kuroda; da Suíça, Thomas Jordan; e do ex-secretário do Tesouro dos EUA Lawrence Summers.

Tombini minimizou o impacto da desvalorização cambial dos últimos meses no Brasil. Ao comentar que a normalização da política monetária nos Estados Unidos "faz parte do processo" executado pelo Fed (Federal Reserve, o BC americano), ele lembrou que, antes dessa depreciação, o real foi uma das moedas que mais se valorizaram após o estouro da crise.

O presidente do BC reconheceu que o câmbio tem algum impacto na inflação, mas destacou que as medidas adotadas pelo País têm desacelerado os índices de inflação e a tendência continuará. "Temos instrumentos para amenizar o processo." Entre as medidas, ele citou o controle da inflação, câmbio flexível e reservas internacionais.

Tombini defendeu o uso de medidas macroprudenciais pelos bancos centrais. "Elas podem ser usadas para propósito de estabilidade financeira", disse, após ser questionado sobre o fraco ritmo de crescimento da economia brasileira.

Depois de argumentar que o Brasil deve ganhar velocidade com as iniciativas pró-crescimento do governo, o presidente do BC disse que também queria comentar as medidas macroprudenciais - tema de uma questão anterior feita a outros presidentes de bancos centrais. "Queria falar sobre as medidas macroprudenciais porque nós introduzimos essa ferramenta no Brasil", explicou Tombini.

Para o presidente do BC, esse novo ferramental usado pelo BC brasileiro se mostrou eficiente, já que conseguiu levar o crescimento do crédito, por exemplo, para um nível de expansão sustentável nos últimos anos. Diante desse bom resultado, Tombini defendeu esse tipo de expediente. "Macroprudenciais podem ser usadas para propósito de estabilidade financeira", comentou, antes de ser interrompido pelo apresentador do debate .

Liquidez. De acordo com Tombini, o rumo não coincidente da política monetária dos grandes bancos centrais do mundo desenvolvido tem aspectos negativos e positivos.

Praticamente no mesmo horário das declarações de Tombini, grandes bancos centrais como o Banco Central Europeu (BCE), Banco da Inglaterra (BoE) e Banco do Japão (BoJ) anunciaram que vão reduzir gradualmente a oferta de liquidez em dólar. O Banco Central da Suíça (SNB) também está cooperando com a ação.

Segundo essas autoridades monetárias, o motivo para tal redução gradual é que já há liquidez suficiente nos mercados financeiros e em razão da considerável melhora nas condições de financiamento na moeda americana.

"Temos uma ação não sincronizada com movimentos diferentes em locais como os Estados Unidos e Reino Unido na comparação com a zona do euro e o Japão", disse Tombini, ao comentar que Estados Unidos e Inglaterra estão cada vez mais próximos de um aperto monetário enquanto a zona do euro e o Japão continuam ampliando as ações pró-crescimento.

"Essa falta de sincronização é boa de um lado porque não teremos um aspirador de pó que retirará a oferta de recursos de uma vez, já que outras áreas continuarão com políticas não convencionais. Por outro lado, isso pode gerar mais volatilidade", disse Tombini na terceira e última intervenção durante o debate sobre o futuro da política monetária em Davos.



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