Crise não cortará investimentos da GM no Brasil

Executivo diz que empresa não será afetada pela reestruturação da matriz

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GM | Divulgação
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"Vamos mudar de dono, ser parte da "nova GM". Mas não somos parte do processo de recuperação judicial". Com essa afirmação, o presidente da General Motors do Brasil e Mercosul, Jaime Ardila, garantiu nesta terça-feira (2) que a subsidiária não será afetada pelo processo de reestruturação da matriz.

Em entrevista concedida na fábrica da montadora em São Caetano do Sul, no ABC paulista, Ardila acrescentou que a GM do Brasil mantém os investimentos no país que chegam hoje a US$ 2,5 bilhões - que começaram a ser aplicados em 2007 e vão até 2012.

O valor será voltado para o desenvolvimento de novos produtos e ampliação de fábrica. De acordo com o presidente da GM do Brasil e Mercosul, o Brasil além de ter recursos próprios para realizar os investimentos, vende serviços de engenharia e design para outras fábricas da montadora pelo mundo.

Assim, nos últimos três anos, arrecadou receita líquida de US$ 430 milhões. "Somente em 2008, tivemos renda de US$ 165 milhões em serviços tecnológicos prestados para fábricas em outros países", observou Ardila sobre a independência financeira da subsidiária. Desde 2006, quando as operações no país voltaram a lucrar, a GMB não recebe recursos da matriz.

Mercado brasileiro

Ardila reforça ainda que o mercado brasileiro continua a ser o terceiro mais importante para a montadora. Segundo ele, a marca Chevrolet registrou em maio a venda de 47.800 unidades, ou seja, superou em 2% as vendas de maio de 2008, que havia sido um dos melhores meses em vendas para a montadora, e 17% acima de abril de 2009.

"Temos uma confiança muito grande que o mercado brasileiro vá continuar forte", afirma Ardila. Segundo ele, a GM continua com participação de mercado acima de 20% no Brasil, o que é meta da montadora.

Reforço de US$ 1 bilhão

Dos US$ 2,5 bilhões que a GM investe no país, US$ 1 bilhão foi anunciado hoje como reforço que, segundo o executivo, a GM do Brasil tem recursos próprios para isso, entretanto, vai avaliar no futuro se irá financiar uma parte em bancos como o BNDES e o Banco do Brasil.

O que a GM pode divulgar agora é que US$ 500 milhões deste total já foram investidos no projeto Viva - uma nova linha de automóveis - que terá como base o conceito GPiX exibido no Salão do Automóvel de São Paulo de 2008. O primeiro produto da nova linha, um hatch nos padrões do Corsa, começa a ser fabricado na Argentina no segundo semestre deste ano. Este será o principal lançamento da General Motors no Mercosul. Para 2010, estão previstos mais quatro lançamentos, entre eles, mais um modelo da linha Viva.

Outra parte do investimento será destinada para a nova fábrica de motores de Joinville (SC), que aguarda autorização ambiental para terminar a terraplanagem e começar a construção das estruturas.

Outros US$ 500 milhões serão voltados para o desenvolvimento de novas plataformas de veículos para projetos futuros.

Empregos

Jaime Ardila afirma que as fábricas da GM no país produzem em capacidade máxima, mas isso não significa que a empresa vá fazer novas contratações no momento. Segundo o presidente da GM do Brasil, a montadora está em negociação com sindicatos do setor automotivo para aumentar as horas trabalhadas. "Para nós é mais interessante pagar horas extras do que fazer novas contratações porque o mercado está muito volátil", diz.

"Garantimos ao governo que iríamos manter os níveis de emprego até o momento em que o benefício da redução do IPI fosse prorrogado. Quando esse benefício acabar (a previsão é 30 de junho), vamos ver como o mercado vai se comportar e se iremos fazer novos contratos."

Opel

Em relação à venda de parte da Opel - 35% da filial europeia continuará sendo da GM, 10% serão dos funcionários da montadora, 20% da Magna e 35% do banco russo Sberbank - Ardila destaca que nada será mudado. Segundo ele, o Brasil trará apenas uma plataforma desenvolvida na Europa.

Como a engenharia da GM é globalizada, o país poderá tanto desenvolver novos produtos quanto importar de qualquer outro país que tenha um centro de engenharia. Ou seja, a Chevrolet não depende da engenharia da Opel para ter produtos. "O Meriva, por exemplo, foi desenvolvido no Brasil e logo depois foi para o mercado europeu", exemplifica Ardila.

O executivo reforça que a GM do Brasil produzirá carros desenvolvidos na Coreia do Sul. Em relação às importações de produtos dos Estados Unidos, Ardila diz que é possível que cheguem veículos fabricados nas plantas norte-americanas apenas para complementar a linha de produtos. O volume importado de cada produto seria abaixo de 15 mil unidades por ano. "Para compensar a produção local, é preciso ter vendas acima de 20 mil unidades."



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