Presidente Dilma diz que não deixará indústria ser “sucateada”

A Presidente disse que não deixará que a industria nacional seja prejudicada por guerra cambial

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A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta sexta-feira (20) que não deixará que a indústria brasileira seja ?sucateada? pela desvalorização cambial e pelo que chamou de ?guerras comerciais?.

?[O Brasil] não vai deixar a sua indústria, que é uma indústria razoavelmente complexa, ser sucateada por nenhum processo de desvalorização de moedas e nem por guerras comerciais que usam métodos, não muito, eu diria assim, não muito éticos?, afirmou Dilma, em discurso durante cerimônia de formatura da turma de diplomatas de 2010-2012 do Instituto Rio Branco e da cerimônia de Condecoração da Ordem de Rio Branco.

A turma homenageou Milena Oliveira de Medeiros, diplomata acriana de 35 anos que morreu em dezembro após contrair malária em uma viagem à África, a serviço do governo. Milena foi condecorada postumamente durante a cerimônia.

Durante seu discurso, a presidente Dilma Rousseff assegurou que o Brasil passará a ser, além de fornecedor de commodities, também fornecedor de manufaturas. Para isso, disse ela, o país tem de equacionar três ?amarras?.

?Nós temos de equacionar três amarras do país. E construir o chamado quarto caminho. As três amarras são: taxa de juros, taxa de câmbio e impostos altos. O caminho é a educação de qualidade?, afirmou.

Taxa de juros e de câmbio

Perguntada sobre se a redução da taxa de juros realizada pelos bancos nas últimas semanas foi suficiente, a presidente disse que o Brasil tem que ?buscar um patamar de juros similar ao praticado internacionalmente?.

?Tecnicamente fica muito difícil o Brasil, diante do que ocorre no mundo, justificar spread tão elevado?, afirmou. Spread é a diferença entre o que o banco "paga" para captar dinheiro e o que ele "recebe" pelos empréstimos.

Dilma disse ainda que acompanha a situação econômica do país ?todo santo dia?. ?Vou continuar olhando para toda a situação, para ver se a inflação aumenta, para ver se os preços estão sob controle, para ver como está a situação do valor das commodities, para olhar a taxa de câmbio do nosso país em relação aos demais?.

Sexta potência

A presidente voltou a dizer também que o Brasil só será, de fato, a sexta potência mundial, se a sua população tiver acesso ao crescimento econômico e ao desenvolvimento.

?Somos hoje, e isso é algo extremamente volátil, somos a sexta potência, depende da taxa de câmbio, tem uma variável taxa de câmbio. Mas não é isso que importa. O que importa é que nós sejamos, do ponto de vista do nosso país, do ponto de vista da nossa população, a sexta economia em renda per capita?, declarou.

Diplomacia brasileira

No discurso de formatura dos novos diplomatas, Dilma fez uma avaliação geral da posição brasileira no cenário internacional e afirmou que o país ?corre em trilho completa e totalmente diferente? e que "rompeu" com a visão dos demais países de que não é possível crescer e distribuir renda.

?Nós rompemos com isso. O grande respeito que nós temos é porque nós não governamos sem olhar o nosso povo. Um país que deixa seu país à margem do seu desenvolvimento, do seu crescimento, não é respeitado por ninguém?, disse.

A oradora da turma, Maria Eugênia Pulino, destacou em seu discurso que os novos diplomatas representam um ?Itamaraty mais diverso e mais condizente com a sociedade brasileira?, mas criticou a pequena quantidade de mulheres na carreira ? apenas um quarto da turma de 108 formandos. ?Faltam mulheres, negros, índios, deficientes?, disse.



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