Dólar fecha o dia cotado a R$ 1,56 empurrado por BC e pelo exterior

O dólar subiu ante o real e se afastou das mínimas em 12 anos nesta sexta-feira.

Avalie a matéria:
Cédulas de Dólar | Divulgação
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

O dólar subiu ante o real e se afastou das mínimas em 12 anos nesta sexta-feira. A valorização global da moeda americana comandou os negócios no Brasil, em um dia de intervenção também mais firme do Banco Central (BC). O dólar subiu 0,51% no mercado à vista, a R$ 1,565 para venda.

A taxa Ptax, usada como referência em contratos futuros e outros derivativos, fechou a R$ 1,5634 para venda, em alta de 0,34%.

Em relação a uma cesta com as principais divisas, o dólar subia 0,28% às 16h30, com valorização principalmente sobre o euro em meio à aversão a risco.

A alta foi sustentada pela decepção com o relatório de emprego dos Estados Unidos, que mostrou criação de apenas 18 mil postos de trabalho no país em junho - 20% do que era esperado. O mercado teme que a principal economia do mundo perca sustentação justamente no momento em que o Federal Reserve (FED, banco central americano) interrompe seu programa de estímulo.

No Brasil, a alta foi acelerada pela intervenção do BC, que pela primeira vez desde março fez um leilão de swap cambial reverso sem o objetivo de rolar contratos em vencimento. Além da operação, que funciona como uma compra no mercado futuro, o BC fez dois leilões no mercado à vista. O swap cambial reverso é um derivativo com efeito equivalente a uma compra de dólar futuro pelo BC.

Os leilões dos últimos meses, em vez de acrescentar papéis no mercado, tinham o objetivo de rolar contratos em vencimento.

Aposta recorde no futuro

A atuação busca aliviar parte da oferta de dólares no mercado futuro, em que os investidores estrangeiros acumulam posições vendidas de mais de US$ 24 bilhões. Essas posições servem como uma aposta a favor da queda do dólar e têm sido responsáveis, em parte, pela queda da moeda americana aos menores níveis desde 1999.

O leilão, porém, repetiu o resultado das últimas operações e não teve colocação integral dos swaps. De acordo com operadores, o consenso de mercado era por taxas de juros próximas a 3,2%, mas o BC somente aceitou pagar cerca de 2,8%.

"Se ele "raspa" a qualquer taxa, nos próximos o mercado ia abusar", disse o operador de derivativos de uma corretora, que preferiu não ser identificado.

O rumo do dólar na próxima semana depende da reunião sobre o limite da dívida dos Estados Unidos, que acontece no domingo com o presidente Barack Obama e as principais lideranças do Congresso. O prazo para que o limite seja elevado e o país não entre em moratória é 2 de agosto.

"Se entrarem num acordo, o mercado pode ser diferente na segunda-feira, pode voltar ao modo de melhora de ontem. Daí, o que acontece com o dólar? O Banco Central pode ter uma resistência maior (para tentar frear a valorização do real). Porque hoje ele não teve resistência, o mercado estava do lado dele", disse Alfredo Barbutti, economista da BGC Liquidez.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES