Dólar sobe quase 1%, mas continua abaixo de R$ 2,25 com Banco Central

Em maio, a moeda norte-americana acumulou leve alta, interrompendo três meses seguidos de desvalorização

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O dólar fechou com alta de quase 1% nesta sexta-feira, nas máximas do mês, mas ainda preso na banda informal de R$ 2,20 a R$ 2,25 em que tem oscilado nos últimos dois meses.

Em maio, a moeda norte-americana acumulou leve alta, interrompendo três meses seguidos de desvalorização e, na avaliação de analistas, o Banco Central vai continuar atuando no câmbio para sustentar esses patamares, mesmo que de maneira menos intensa, de olho na inflação e nas exportações.

A divisa dos EUA avançou 0,76% nesta sessão, a R$ 2,2408 na venda, após chegar a R$ 2,2475 na máxima do dia, acumulando em maio ganho de 0,48%. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro do dia ficou em torno de US$ 2 bilhões. "O BC reduziu as rolagens e o dólar não mudou de patamar. Isso é evidência de que realmente, as intervenções podem diminuir um pouco e que o BC está satisfeito com o atual patamar do dólar", disse o operador de câmbio da corretora Intercam Glauber Romano, referindo-se aos swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares, que vencem na segunda-feira.

Nesta sessão, o BC concluiu a rolagem parcial dos swaps, permitindo que cerca de metade do lote total, equivalente a US$ 9,653 bilhões, vença na semana que vem. Nos dois meses anteriores, o BC havia rolado cerca de 75% dos vencimentos. Antes disso, de modo geral, fazia 100%. O próximo lote de swaps a vencer, em 1º de julho, corresponde a US$ 10,060 bilhões.

Boa parte do mercado avalia que a autoridade monetária não gostaria de ver o dólar abaixo do nível de R$ 2,20, com medo de eventuais impactos sobre as exportações. Por outro lado, o nível de R$ 2,25 é visto como um teto informal, pois ainda não é inflacionário. O mercado também vai ficar atento aos próximos passos do BC na intervenção diária via leilões de contratos de swaps, garantida oficialmente até o final de junho. De modo geral, as avaliações são de que o BC vai tirar o pé do acelerador.

"Acredito que o BC vai cortar a oferta (diária) de swaps em cerca de metade e o leilão de linha continuaria na mesma situação: na prateleira", disse o diretor de câmbio da corretora Pioneer, João Medeiros. Desde o início deste ano, o BC oferta todos os dias até 4 mil swaps. Nesta sessão, vendeu o lote integral, com volume equivalente a US$ 198,5 milhões. Foram 500 contratos para 1º de dezembro deste ano e 3,5 mil para 2 de fevereiro do próximo.

O quadro de fluxo positivo ao Brasil visto desde o início do ano, que pode ganhar um impulso na semana que vem com os esperados novos estímulos do Banco Central Europeu (BCE), é um fator que explica a avaliação dos especialistas sobre a futura atuação do BC no câmbio brasileiro.

Pesquisa da Reuters mostrou que os economistas esperam que o banco central corte a taxa de juros a 0,10% e a taxa de depósitos para território negativo, em -0,10% na próxima semana. "O mercado está definitivamente mais tranquilo e isso ajuda o BC a ser um pouco menos presente", afirmou o economista-chefe da corretora BGC Liquidez, Alfredo Barbutti.

Ptax

Na primeira metade do pregão desta sexta-feira, a expectativa de rolagem parcial do BC somou-se à briga antes da formação da Ptax e impulsionou o dólar. "Considerando que tem mais ou menos US$ 5 bilhões para vencer em swaps, o mercado quer ainda mais puxar a Ptax para cima", afirmou o especialista em câmbio da corretora Icap, Italo Abucater.

Ele referia-se à taxa calculada pelo BC que serve de referência para diversos contratos cambiais. Nos últimos pregões do mês, investidores costumam brigar para empurrar a taxa, divulgada na hora do almoço, para patamares mais favoráveis a suas posições.



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