Economia brasileira cresceu 0,9% e recuo de 0,3%, segundo IBGE

Resultado foi o pior desde 2009, quando o PIB registrou recuo de 0,3%.

Em 2011, o avanço do Produto Interno Bruto (PIB) fora de 2,7%. | G1
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

A economia brasileira fechou 2012 com um crescimento de 0,9%, conforme divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (1º). O resultado ? que ficou muito longe dos 4% esperados pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, no final de 2011, apesar das várias medidas de estímulo anunciadas ao longo do ano ? foi o pior desde 2009, quando o Produto Interno Bruto (PIB) havia registrado recuo de 0,3%.

Em 2011, o avanço do Produto Interno Bruto (PIB) fora de 2,7%. No quarto trimestre de 2012, o PIB variou 0,6%, segundo a pesquisa. Em valores correntes, a soma das riquezas produzidas no ano passado chegou a R$ 4,403 trilhões e o PIB per capita (por pessoa) somou R$ 22.402.

Na análise por setores, o de serviços foi o único a apresentar alta, de 1,7%, enquanto a indústria caiu 0,8% e a agropecuária, 2,3%. Em serviços, as maiores variações partiram dos segmentos de serviços de informação, que cresceu 2,9%, administração, saúde e educação pública, que avançou 2,8% e outros serviços, cuja alta foi de 1,8%. Na sequência, estão serviços imobiliários e aluguel (1,3%) e comércio (1,0%).

"O grupo de serviços cresceu de importância fortemente e tem que ser olhado como atenção. O grupo não é muito homogêneo, inclui serviços a famílias e empresas, intermediação financeira. Se esse crescimento é bom ou ruim é controverso. A indústria continua sendo o núcleo indutor da economia, sem ela, os serviços não sobrevivem. Quando se investe é em produção, os serviços são consequência", afirmou Roberto Luís Olinto Ramos, coordenador da Coordenação de Contas Nacionais do IBGE.

Quanto à agropecuária, que registrou forte queda sobre 2011, acima do que o mercado vinha prevendo, o IBGE informou que os números refletem o fraco desempenho da pecuária e a perda da produtividade de importante culturas da lavoura brasileira.

"A queda de produção na agropecuária, de 2,3%, foi influenciada principalmente pelos problemas de clima e pela queda no preço das commodities. O indicador contrasta com a safra recorde divulgada pelo IBGE para 2012. Isso porque a previsão de safra do instituto não analisa itens como cana-de-açúcar e laranja, que pesam muito na formação do PIB", apontou o coordenador do IBGE.

Na indústria, que caiu perto de 1% em 2012, os aumentos partiram das atividades de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (3,6%) e na construção civil (1,4%).

No mesmo período, na análise pela demanda, o consumo das famílias aumentou 3,1%, o nono ano seguido de taxas positivas. Para o IBGE, o resultado foi influenciado pelo crescimento da massa salarial dos trabalhadores (6,7%) e do saldo de operações de crédito do sistema financeiro com recursos livres para as pessoas físicas (14%). Os gastos do governo, que também entram no cálculo, aumentaram 3,2%.

"O consumo das famílias vem segurando a economia, com o 37º trimestre de taxas positivas de crescimento, fechando 2012 com 3,1% de variação", apontou Ramos. "[Essa] condição influencia os serviços, segmento que puxou a economia pela ótica da demanda (1,7% de variação). O destaque na categoria fica com os serviços prestados às famílias e às empresas como advogado, cabeleireiro, segurança, empregada doméstica. A renda real continua crescendo fazendo crescer também o consumo das famílias".

Em 2012, a taxa de investimento foi de 18,1% do PIB, abaixo da registrada em 2011, de 19,3%. Quanto à taxa de poupança, houve recuo, já que passou de 17,2% em 2011 para 14,8%.

Quanto setor externo, foram registradas altas de 0,5% nas exportações e de 0,2% nas importações de bens e serviços. Para o IBGE, a desvalorização cambial "ajuda a explicar o maior crescimento relativo das exportações".

No mesmo período, na análise pela demanda, o consumo das famílias aumentou 3,1%, o nono ano seguido de taxas positivas. Para o IBGE, o resultado foi influenciado pelo crescimento da massa salarial dos trabalhadores (6,7%) e do saldo de operações de crédito do sistema financeiro com recursos livres para as pessoas físicas (14%). Os gastos do governo, que também entram no cálculo, aumentaram 3,2%.

"O consumo das famílias vem segurando a economia, com o 37º trimestre de taxas positivas de crescimento, fechando 2012 com 3,1% de variação", apontou Ramos. "[Essa] condição influencia os serviços, segmento que puxou a economia pela ótica da demanda (1,7% de variação). O destaque na categoria fica com os serviços prestados às famílias e às empresas como advogado, cabeleireiro, segurança, empregada doméstica. A renda real continua crescendo fazendo crescer também o consumo das famílias".

Em 2012, a taxa de investimento foi de 18,1% do PIB, abaixo da registrada em 2011, de 19,3%. Quanto à taxa de poupança, houve recuo, já que passou de 17,2% em 2011 para 14,8%.

Quanto setor externo, foram registradas altas de 0,5% nas exportações e de 0,2% nas importações de bens e serviços. Para o IBGE, a desvalorização cambial "ajuda a explicar o maior crescimento relativo das exportações".

Países

No quarto trimestre de 2012, comparando com o mesmo período do ano anterior, o Brasil ficou com o pior desempenho entre os Brics, 1,4%, contra 7,9% da China, 4,5% da Índia, 2,5% da Rússia, e 2,2% da África do Sul, segundo o IBGE.

No ano, o PIB de 0,9% do país ficou abaixo da África do Sul (2,5%) e do México (3,9%).

Comparações trimestrais

Na comparação com o 3º trimestre de 2012, o PIB do 4º trimestre, que teve leve crescimento de 0,6%, o setor de serviços também mostrou a maior alta entre os três pesquisados, com avanço de 1,1%. Na sequência, aparece a indústria, que cresceu menos, 0,4%. Já na outra ponta está a agropecuária que, assim como nos números fechados de 2012, registrou forte queda, de 5,2%.

O consumo das famílias, nessa base de comparação, avançou 1,2%, e a do governo, um pouco menos, 0,8%. A formação bruta de capital fixo apresentou crescimento de 0,5%, após ter registrado quatro trimestres seguidos de queda. As exportações aumentaram 4,5% e as importações, 8,1%.

Frente ao mesmo período de 2011, a economia cresceu 1,4%. O setor de serviços teve alta de 2,2% e a indústria ficou estável, com pequena variação de 0,1%. Na outra ponta, a agropecuária sofreu forte recuo de 7,5%.

Nesse tipo de comparação, a despesa de consumo das famílias cresceu 3,9%, a 37ª alta seguida, e a do governo, 3,1%. A formação bruta de capital fixo caiu 4,5%. As exportações subiram 2,1% e importações de bens e serviços, 0,4%.

Previsões

A previsão do mercado financeiro, apresentada no início da semana, por meio do boletim Focus, do Banco Central, era de que o PIB teria uma expansão de 0,98%. A expectativa do Banco Central, que divulga a "prévia do PIB", indicava para uma expansão de 1,64%. No entanto, a estimativa oficial da instituição para o crescimento da economia do ano passado ficou em 1%.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES