Efeito do fim do IPI menor ainda será sentido

Discussões com governo para a redução definitiva estão em andamento.

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O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Jackson Schneider, afirmou nesta sexta -feira (23) que os efeitos do fim da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) no preço final dos automóveis devem começar a ser sentidos no final deste mês e início de maio. Ele, no entanto, ressalta que o aumento dos preços dos veículos para o consumidor dependerá da política de vendas de cada montadora e de cada concessionária, dentro da lógica de guerra comercial.

Schneider explicou que algumas concessionárias reforçaram os seus estoques em março, quando ainda havia redução de IPI, e devem manter os preços até o final do estoque. Ele disse ainda que as alterações no preço também podem variar de acordo com o modelo ou por região.

"O efeito começará a ser sentido no final de abril e início de maio. Mas isso não significa que não vai ter promoção. Mas o que a gente vê é que este processo (de redução de preço por causa do IPI) está no final", disse Schneider que participa da reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), no Palácio do Itamaraty. Ele disse que o número de veículos licenciados aumentou muito em abril em função das vendas de março. Segundo ele, até esta quinta-feira (22), a média diária é de licenciamento de quase 14 mil veículos no país.

Schneider disse que as discussões com o Ministério da Fazenda para a redução definitiva de IPI para veículos menos poluentes ainda estão em curso. Ele disse que essa medida será de médio e longo prazo porque implica pesquisas e desenvolvimento tecnológico. Segundo o presidente da Anfavea, todas as possibilidades estão sendo analisadas como, por exemplo, a fabricação de carros elétricos. Ele disse que a discussão também inclui a matriz energética como biocombustíveis e combustíveis renováveis.

Autopeças

Schneider disse também que qualquer discussão sobre o aumento da alíquota do Imposto de Importação de autopeças, usadas pelas montadoras na linha de produção, deve considerar os investimentos realizados pelo setor considerando o atual marco regulatório. Segundo ele, qualquer medida nesse sentido terá implicações para as empresas. De acordo com Schneider, há inclusive peças que não são produzidas no Brasil. "Então, não há o que proteger", disse o presidente da Anfavea.

O Sindipeças solicitou ao governo a equiparação do Imposto de Importação de autopeças para as montadoras e o varejo. Atualmente, a alíquota para a aquisição de peças a serem usadas na linha de montagem é mais baixa do que a cobrada das empresas que revendem autopeças no Brasil. Schneider disse que a Anfavea ainda não conversou com o Ministério da Fazenda sobre o pleito. "Precisamos olhar esse pedido de forma mais ampla. Não sei se aumento de tarifa aumenta a competitividade, que envolve outras questões como o custo tributário, de logística e do dinheiro", afirmou.

O presidente da Anfavea disse que a maior parte das importações de autopeças ocorre para o mercado de reposição, que não tem alíquota reduzida. No entanto, ele admitiu que as montadoras têm aumentado as suas compras no mercado internacional.

Na semana passada, o Estado de S. Paulo já antecipou que o governo estuda elevar as tarifas de importação de autopeças e que as autoridades estariam sensíveis à demanda dos fabricantes brasileiros de peças. Uma das preocupações do governo seria com o déficit da balança comercial do setor. A alternativa em estudo seria retirar o redutor de 40% do Imposto de Importação que as montadoras têm desde 2000. Com o redutor, a alíquota do imposto, que varia de 14% a 18%, na prática, cai para entre 8,4% e 10,8%, somente quando as peças adquiridas são utilizadas na linha de montagem.



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