Governo admite que Brasil não vai crescer nem 3,8% pela crise

Antes, o governo já havia rebaixado e crescimento de 4,5 % para 3,8%.

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O agravamento da crise mundial é o responsável. | Reprodução Web
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Diante do agravamento da crise mundial e da retração da economia no terceiro trimestre, o governo admite reduzir para baixo a estimativa de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) desse ano para abaixo de 3,8%, disse nesta segunda-feira (21) o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa.

Na sexta-feira (18), um relatório do Ministério do Planejamento e do Tesouro Nacional, da quinta avaliação de receitas e despesas do governo brasileiro, mostrou redução na previsão para o crescimento da economia neste ano, de 4,5% para 3,8%. No documento, a estimativa de inflação subiu de 5,8% para 6,4%.

"Estamos aguardando a divulgação do PIB oficial do terceiro trimestre do IBGE (marcada para o dia 6 de dezembro). O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) já fez uma revisão das contas de 2009 que com certeza terá implicação para as contas de 2010 e 2011. Aí a gente revisa. Podemos revisar, mas não está certo ainda", disse Barbosa a jornalistas.

Em meados de outubro, o secretário havia dito que o Ministério da Fazenda iria reduzir a projeção de crescimento do PIB deste ano para algo entre 3,5% e 4%, ante os 4,5% calculados antes.

O IBGE também atualizará a série do PIB de 2010 e 2011 com base na revisão feita na semana passada para o resultado final de 2009. Em vez de uma queda de 0,6%, a economia nacional no ano da crise do internacional, encolheu apenas 0,3%.

Barbosa disse ainda que essas revisões devem elevar a taxa de investimento de 16,9% para 18,1% do PIB. Ele estima que os dados atualizados podem elevar a taxa de investimento para 19,7% em 2010 e para 20,1% em 2011.

"Havia um paradoxo que era que o Brasil crescia, mas a taxa de investimento nem tanto... podemos estar nos aproximando do número desejável de 22% para se ter um PIB potencial de 5% [ao ano]", frisou ele

O indicador antecedente do Banco Central (BC), o IBC- BR, já apontou para uma retração do PIB no terceiro trimestre desse ano e a crise fiscal européia dá sinais de agravamento e, até agora, não há uma solução definitiva, apavorando os mercados de todo o mundo.

Contrariando boa parte das previsões de mercado, Barbosa se mostrou bem otimista com relação ao crescimento da economia brasileira em 2012. Enquanto que as projeções apontam para uma expansão do PIB na casa dos 3%, o secretário afirmou que o governo espera uma expansão de no mínimo 4% podendo chegar a 5%, estimativa oficial do governo até agora.

"Acho que com as medidas já contratas como aumento do mínimo, aumento do investimento público e privado, flexibilização das medidas macroprudenciais teremos no mínimo 4%", disse ele.

Ele explicou que esse cenário leva em conta o cenário base de crescimento dos Estados Unidos de 1,5% em 2012 e uma recessão na zona do euro de 0,5%.

"Não acreditamos que a crise fiscal na Europa se transforme numa crise bancária. Toda vez que houve essa ameaça, o BC entrou dando sustentação", finalizou.



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