Inflação em alta faz consumidor mudar hábitos e driblar preços

Índice divulgado pelo IBGE para 2010 foi o mais alto dos últimos seis anos

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Consumidor dá o seu drible nos preços altos | g1
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Na sexta-feira (7), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirmou o que o consumidor já percebeu na prática: a inflação no Brasil está subindo. Conversamos com clientes de um supermercado e descobriu que muitos se viram obrigados a buscar alternativas para fazer a compra caber no orçamento da casa.

De acordo com os dados do IBGE, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, fechou 2010 em 5,91%, a maior taxa dos últimos seis anos.

O professor Mauro Dunder, de 37 anos, passou a morar sozinho há dois anos e, desde então, incluiu as idas ao supermercado na sua rotina. ?Os preços subiram bastante. Compro sempre as mesmas coisas e estou gastando muito mais?, diz.

Como estratégia, ele substituiu algumas marcas que estava acostumado a comprar ? como a do café e a do papel higiênico. ?Faço pesquisa das frutas da estação para ver o que está mais barato e também cortei supérfluos, como chocolate e bolacha.?

Quem também optou por buscar marcas similares cujos preços são mais baixos foi a administradora de empresas Sandra Benetti, de 48 anos. ?Mudei a marca do açúcar. A gente vai se adequando, né?, fala. No caso das carnes ? cujos preços subiram 29,64%, segundo o IBGE ? Sandra disse que diminuiu o consumo e passou a comprar cortes mais baratos.

Recém chegado ao país, depois de uma temporada de dois meses nos Estados Unidos, o engenheiro Vladimir Paolon, de 72 anos, disse que ficou ?abobado? com os preços do Brasil. ?É um absurdo a diferença de preços do Brasil em relação aos Estados Unidos?, revela.

A empresária Sueli Maria de Almeida Oliveira, de 66 anos, não substituiu nenhuma marca, mas passou a fazer compras em outro estabelecimento. ?No dia a dia, não dá mais para comprar onde eu comprava. Agora só vou quando preciso de algo mais exclusivo?, diz.

Com o carrinho cheio, ela disse que notou a variação de preços. ?O café, feijão, a carne foi um absurdo...?.

Neide Biolchi, de 56 anos, que trabalha com vendas, cita sem titubear os itens que ficaram mais caros, em sua opinião. ?Tudo aumentou: leite, óleo, arroz. A carne aumentou bastante. (...) Açúcar subiu muito?, destaca.

Os dados do IBGE apontam que o grupo alimentação e bebidas foi o que apresentou a maior alta em 2010, de 10,39%. A maior alta dentro do grupo foi a do feijão carioca, que subiu 63,62%, mas foi a carne quem exerceu maior pressão sobre a inflação. Também tiveram altas significativas o feijão preto (+30,08%), o açúcar refinado (+22%) e o leite pasteurizado (+18,92%).



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