Jornal: Fim de Avenida Brasil vai deixar conta de energia mais cara

O último capítulo da novela

Setor de energia se prepara para último capítulo de Avenida Brasil. | Reprodução
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

Tufão, Carminha e Nina devem mexer hoje com o setor elétrico brasileiro. O último capítulo da novela "Avenida Brasil" contará com o reforço das termelétricas a óleo combustível, cuja energia é seis vezes mais cara que a fornecida pelas hidrelétricas.

Com o atraso das chuvas, serão delas a missão de suportar o pico de consumo que deve acontecer quando o último capítulo da novela terminar e o público sair do sofá para tomar banho, ligar a lavadora ou passar a camisa do dia seguinte.

A expectativa é que as pessoas adiem para logo depois da novela atividades que normalmente fazem antes ou durante o folhetim global.

A previsão do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) é a de que esse movimento concentrado provoque um pico de consumo maior que o normal.

Na última quarta-feira, por exemplo, o consumo foi de 69,6 mil MW, mas o ONS quer estar preparado para suportar até 76,7 mil MW, o recorde de demanda, alcançado em 8 de fevereiro deste ano.

O problema é que é preciso preservar o nível dos reservatórios, já baixos por causa da estação seca.

Por isso será preciso ligar pela primeira vez no ano usinas movidas à queima de óleo, cuja energia é mais cara que a das termelétricas a gás, já em operação.

O efeito de "Avenida Brasil" no sistema elétrico pode surpreender, mas, segundo estudiosos do setor, ele é resultado de uma escolha que deixa o país mais dependente das termelétricas para atender o horário de pico.

Isso porque, para evitar restrições ambientais e acelerar o licenciamento, o governo abandonou a construção de hidrelétricas capazes de acumular água e aceitou projetos com reservatórios menores, as "fio d"água".

São os casos de usinas hidrelétricas como Belo Monte, Teles Pires, Jirau, Santo Antônio e Estreito.

Embora a construção delas provoque impacto ambiental menor, há uma contrapartida quando o ONS é obrigado a ligar térmicas caras e poluentes para atender ao país, como ocorreu ontem.

As termelétricas a óleo combustível vão substituir 2.100 MW que estavam sendo gerados pelas usinas hidrelétricas.

Embora seja apenas 3% do total, o impacto é significativo porque cada megawatt-hora custa R$ 700. Hidrelétricas têm custo inferior a R$ 100, e termelétricas a gás custam cerca de R$ 300 por MWh.

O efeito nas contas de luz deve aparecer no segundo semestre de 2013, quando ocorrem os reajustes das tarifas.

A decisão era ligar as térmicas em setembro, mas o ONS esperou o início das chuvas, que atrasou.

O nível dos reservatórios no Sudeste e no Centro-Oeste é de 41,8%. No Nordeste, o conjunto das hidrelétricas está com 37,4%. No Sul, o nível é de 38%, e, no Norte, 46%.

O próximo passo, se as chuvas atrasarem mais, será ligar as térmicas a óleo diesel. Essas custam quase R$ 1.000 MWh.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Avalie a matéria:
Tópicos
SEÇÕES