Linha branca mais barata faz Brasil bater recorde no consumo de energia elétrica

Calor e uso dos condicionadores de ar fazem país usar 70% da energia produzida

Aumento do crédito também foi responsável | G1.com
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A oferta maior de crédito no ano passado, aliada à diminuição nos preços dos eletrodomésticos, fez com que o consumo de energia no Brasil batesse recorde nesta primeira semana de fevereiro. Dados do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) apontam que a demanda atingiu 70.654 megawatts (MW), o que significa que 70% da capacidade de energia do país foi utilizada.

Com a indústria a todo vapor e os aparelhos de ar-condicionado ligados no máximo, o país precisou de mais energia que o normal. Em janeiro, a demanda média diária já havia sido 10% maior que a registrada em 2009, de 56.031 megawatts ante os 49.979 megawatts de janeiro do ano passado.

Além das altas temperaturas, passando dos 40 graus no Rio de Janeiro, o aumento no consumo também está relacionado à mudança no perfil do consumidor brasileiro, segundo análise de Helder Queiroz, professor do núcleo de energia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).

- Existia uma demanda reprimida da linha branca, que foi atendida quando houve a redução do IPI [Imposto sobre Produtos Industrializados]. Essa mudança no perfil do consumidor, que passou a ter acesso a ar-condicionado ajudou a aumentar o consumo. Mesmo com horário de verão, não há refresco nas termelétricas.

Segundo dados da Eletros (Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos), as vendas de fogões, que estão presentes em 99% dos lares brasileiros, aumentaram 6% durante a redução do IPI. As vendas de refrigeradores, presentes em 93%, cresceram 25%, e a de lavadoras (em 46% dos lares), também subiram 25%.

Em abril do ano passado, o governo anunciou a redução do IPI para a linha branca ? geladeiras, fogões, lavadoras de roupa e tanquinhos. O objetivo da medida era incentivar o consumo, manter o ritmo da produção da indústria e conservar os empregos enquanto os reflexos da crise financeira mundial afetassem o Brasil. O fim da isenção foi anunciado em 31 de janeiro e, mesmo assim, os lojistas informaram que irão manter os descontos até março.

Informações concedidas pela Pro Teste e Eletrobrás (Centrais Elétricas Brasileiras) apontam que o grande vilão da conta de luz é o ar-condicionado, que gasta no ano 1.353,60 KWh/ano, no mínimo. O aumento na renda do brasileiro e a isenção do IPI fez os condicionadores de ar desaparecerem das prateleiras, mesmo antes do início do verão, como constatou o R7 na época.

O recorde no consumo de energia trouxe ainda outra consequência, relacionada à mudança no horário de pico. Com o aumento da produção industrial e do uso do ar-condicionado, o período de maior consumo passou a ser o início da tarde e não mais o começo da noite. Isso porque as chuvas de verão escurecem o dia e força as pessoas a usarem a luz, além da produção industrial estar entendida devido ao aumento no número de pedidos.



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