Mesmo baixo, PIB brasileiro fica acima dos países ricos

No quarto trimestre, algumas economias europeias registraram quedas.

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PIB cresceu apenas 2,7%. | Reprodução
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Mesmo com o resultado fraco da economia brasileira --que viu seu PIB desacelerar para 2,7% em 2011, ante alta de 7,5% em 2010--, o crescimento do país ficou acima de economias ricas, como a dos Estados Unidos, Japão e até da França e do Reino Unido.

No quarto trimestre, foi registrada alta de 0,3%, ante recuo de 0,1%, no terceiro trimestre (dado revisado hoje pelo IBGE).

Os possíveis culpados pelo menor crescimento brasileiro são o agravamento da crise europeia e a demorada recuperação dos EUA, que modificam o cenário econômico internacional e dificultam a retomada global.

Jason Vieira, analista internacional da corretora Cruzeiro do Sul, afirma que já era esperado o maior crescimento do Brasil em relação aos países desenvolvidos. "O Brasil aproveitou um movimento inercial forte de 2010 e da primeira metade de 2011, por isso conseguiu apresentar tal número. O problema é este ano, onde a média mundial tende a crescer, mas o Brasil pode não acompanhar com tal ímpeto e por isso o governo tem esse viés expansionista no início do ano [de adotar medidas para manter a economia aquecida]."

No quarto trimestre, algumas economias europeias registraram quedas, levando seis países a recessão técnica (crescimento negativo por dois trimestres consecutivos): Portugal, Grécia, Itália, Holanda, Bélgica e República Tcheca.

As maiores preocupações, no entanto, são os países que capitaneavam os resultados no bloco europeu, mas que passaram a apresentar resultados ruins, como Alemanha, França, Reino Unido, Espanha e Itália.

O PIB da União Europeia se contraiu em 0,3% nos últimos três meses de 2011 (resultado idêntico ao do bloco dos países que usam o euro), mostrando as dificuldades enfrentadas pelos países para conciliar crescimento com os cortes nos gastos públicos. O crescimento do de 2011 da zona do euro foi de 1,4%, de acordo com a segunda estimativa da agência de estatísticas Eurostat.

Segundo analistas, o péssimo momento econômico internacional reflete fortemente no Brasil que passa a apostar na demanda interna e a tentar controlar as intervenções protecionistas, além do despejo de moeda por parte dos países em crise com o intuito de dar liquidez a seus mercados e fazer a economia girar.

O país também enfrenta sérias dificuldades de crescimento, como o chamado "custo Brasil" caracterizado por dificuldades estruturais, burocráticas e econômicas que encarecem o investimento no Brasil, dificultando o desenvolvimento nacional.

Notícias desagradáveis também chegam da potência chinesa, cujo primeiro-ministro, Wen Jiabao, afirmou ontem que a expectativa do PIB avance 7,5% em 2012, abaixo da meta estipulada para anos anteriores, que era de 8%. Em 2011, a economia chinesa cresceu 9,2%.

Para Vieira, a questão do crescimento chinês pesa negativamente em cenário econômico adverso. "Todavia ainda é cedo para mensurar se tal movimento trará efeitos negativos na recuperação da economia mundial."



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