Mulheres conquistam pela 1ª vez aumento salarial maior que o dos homens

A diferença de 5 pontos percentuais, em 1998, diminuiu para 3,9 pontos percentuais, em 2011, e 2,6 pontos percentuais, no ano passado.

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A maioria das mulheres continua ganhando menos do que os homens no mercado de trabalho, mas, pela primeira vez, no ano passado, a mão de obra feminina teve valorização maior na região metropolitana de São Paulo. O ganho por hora trabalhada aumentou 5,3%, passando de R$ 9,31 para R$ 9,80. Para os homens, esse valor teve queda de 0,2%, caindo de R$ 12,07 para R$ 12,04.

Os dados fazem parte da pesquisa sobre a mulher no mercado de trabalho, feita em conjunto pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Fundação Seade) e o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), divulgada hoje (5).

A renda das mulheres atualmente é 81,04% do que recebem os homens. Em 2013, elas ganhavam R$ 77,01% da renda deles. O rendimento médio real das mulheres foi calculado em R$ 1.594 e dos homens, em R$ 2.215. A jornada semanal deles é maior (43 horas), contra 38 delas. As mulheres conseguiram melhoria de renda, principalmente, na indústria (3,3%), no comércio (3,1%) e nos serviços (1,6%) e obtiveram crescimento acima do recebido pelos homens em áreas que até, recentemente, eram predominantemente masculinas, como informática, atividades financeiras, seguros e serviços relacionados. 

Segundo o levantamento, nem todas as trabalhadoras conseguiram expansão da renda. As que atuam no setor público, tiveram recuo de 1,6% e as do setor privado, pequena elevação, de apenas 1,1%. O segmento que fez a diferença foi o grupo que trabalha por conta própria, fornecendo seus serviços ou produtos a empresas. Em média, essas mulheres conseguiram ganho 5,8% acima do obtido, em 2013. As autônomas que atendem, diretamente, ao público, enfrentaram queda de 4,2%.

A taxa de participação das mulheres no mercado de trabalho ficou estável em 55,1%. No caso dos homens ocorreu ligeiro recuo, passando de 70,6% para 70,5%. O desemprego cresceu para ambos os sexos. A taxa é maior entre as mulheres, tendo atingido 12,2% da População Economicamente Ativa (Pea) contra 11,7%, em 2013. Com esse aumento foi interrompida a trajetória de queda registrada desde 2004. A taxa de desemprego entre os homens passou de 9,2% para 9,6%.

De acordo com a pesquisa, gradualmente, a taxa de desemprego feminina vem se aproximando da masculina. A diferença de 5 pontos percentuais, em 1998, diminuiu para 3,9 pontos percentuais, em 2011, e 2,6 pontos percentuais, no ano passado.

Na justificativa, a Fundação Seade e o Dieese apontam para o fato de que as mulheres têm assumido cada vez mais o posto de chefes de família, além de uma evolução na capacitação para a disputa de vagas com mais escolaridade.

Quanto ao nível de ocupação, o saldo entre as contratações e demissões foi negativo em 0,1% paras mulheres com um corte de 39 mil postos de trabalho, o que reflete, principalmente, o desempenho na indústria de transformação com queda de 1,6% e no comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (-11,2%).

Essas retrações foram de alguma forma minimizadas por ocupações em alta de 16,1% no segmento de construção; serviços (2,8%) e outras atividades, por exemplo, as relacionadas à arte, cultura, ao esporte e à recreação (3%).

Para os homens, o nível de emprego foi positivo em 0,7%, com maiores chances de trabalho nas atividades voltadas à arte, cultura, ao esporte e à recreação (10,2%).

As condições de trabalho das assalariadas melhorou, com aumento de 1,5% nos contratos com carteira assinada e redução de 6,5% nas tarefas executadas sem carteira. Esse avanço foi observado, sobretudo, em razão da presença maior no setor público, em que a ocupação da mão de obra feminina cresceu 5,9%, enquanto a participação dos homens declinou em 1%.

A proporção de assalariadas com carteira assinada subiu de 50,3% (em 2013) para 51,1% (em 2014), no setor privado, e de 10,2% (em 2013) para 10,8% (em 2014), no setor público. A parcela que atua em empregos domésticos caiu de 14% para 13,7%. O relatório destaca que esses cargos são ocupados mais por mulheres de faixas etárias mais elevadas e com menor escolaridade.



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