OCDE aponta que PIB do Brasil vai diminuir

Organização destacou resistência das vendas do varejo

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A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) prevê que a economia brasileira sofrerá uma contração de 0,8% neste ano, anunciou a entidade. Em março, a projeção era de contração de 0,3% para este ano. Para 2010, a OCDE estima que o PIB do Brasil terá expansão de 4%.

Em sua projeção econômica para o país, que não é membro da organização, a OCDE diz que depois da desaceleração do primeiro trimestre a economia brasileira parece estar se recuperando.

"A demanda doméstica está pronta para ganhar força no segundo semestre, na esteira da atual flexibilização da política monetária", afirma a OCDE, apontando os cortes efetuados pelo Banco Central na taxa básica de juros, de 4,5 pontos porcentuais desde janeiro e completando que ?são possíveis novos cortes, menores, nos próximos meses".

"Após uma desaceleração no primeiro trimestre, a economia parece agora estar se recuperando. A produção industrial está se expandindo (...) e as vendas do varejo têm sido particularmente resistentes", apontou o organismo em relatório divulgado nesta quarta-feira, em que ponderou que o ambiente global continua incerto.

A OCDE prevê ainda um fortalecimento da demanda interna no segundo semestre de 2009, apesar de um possível aumento no desemprego. "Melhora nas condições de crédito, liquidez abundante e ganhos reais de renda por conta da desinflação e de um aumento nas transferências do governo às famílias devem escorar uma recuperação do consumo privado", diz o documento.

Apesar disso, a organização prevê uma contração de 10,5% do volume de exportações em 2009, com uma alta de 3,5% no próximo ano. O volume de importações deve cair 13% este ano e subir 4% em 2010. Sobre a inflação, a OCDE prevê um índice de 4,2% este ano e no próximo ano --abaixo do centro da meta de 4,5% fixado para o IPCA.

O relaxamento da política fiscal, de forma anticíclica, também é apropriado, mas a OCDE chamou atenção para a trajetória da dívida pública.

"Um superávit primário consolidado na faixa de 2,0% a 2,5% do PIB seria consistente com a manutenção da relação dívida/PIB abaixo - mas perto - de 40%. Mas um aumento no déficit fiscal além disso... e as medidas discricionárias já anunciadas colocariam pressão adicional sobre os mercados financeiros", alertou.

Recuperação frágil

A recuperação econômica está a caminho, mas será frágil, e os países enfrentarão graves desequilíbrios macroeconômicos provocados pelo desemprego e os déficits, destaca a OCDE em suas novas previsões.

"A recuperação que chega será frágil durante certo tempo e as consequências sociais e econômicas da crise serão duradouras", afirma o relatório da OCDE.

A organização revisou para cima, pela primeira vez em dois anos, as previsões de crescimento, após constatar sinais de moderação na desaceleração econômica. "O pior cenário parece ter sido evitado", completa a OCDE.

A instituição, que agrupa 30 países ricos, prevê uma queda do Produto Interno Bruto (PIB) de sua região de 4,1% este ano, antes de uma alta de 0,7% em 2010. A previsão é melhor que a de março (-4,3% para 2009, -0,1% para 2010).

A OCDE destaca também que a recuperação acontecerá de maneira dispersa. A melhora será mais acentuada nos Estados Unidos, cujo PIB registrará contração de 2,8% em 2009, antes da retomada do crescimento em 2010 (+0,9%).



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