“Prévia do PIB” tem queda no início do terceiro trimestre, diz Banco Central

Recuo foi de 0,33% - a terceiro baixa mensal do indicador neste ano

Avalie a matéria:
|
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

O nível de atividade econômica do país registrou retração de 0,33% em julho, o primeiro mês do terceiro trimestre, segundo revelou nesta sexta-feira (13) o Banco Central. A comparação foi feita com ajuste sazonal.

Esta foi a terceira queda mensal do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), que é considerado uma espécie de "prévia" do PIB, neste ano. Em fevereiro, o indicador já havia recuado 0,39% e, em maio, havia caído 1,48% (dados revisados).

No acumulado de janeiro a julho deste ano, ainda de acordo com dados da autoridade monetária, a prévia do PIB registrou alta de 2,97%. Neste caso, a comparação foi feita sem ajuste sazonal - considerada mais apropriada por especialistas.

Segundo o boletim Focus do Banco Central, divulgado nesta segunda-feira (9), o mercado financeiro subiu sua expectativa de alta para o PIB, em 2013, de 2,32% para 2,35%. Para o ano que vem, a estimativa de expansão econômica recuou de 2,30% para 2,28%.

Resultados do IBC-Br X PIB

O IBC-Br foi criado para tentar ser um "antecedente" do PIB. O índice do BC incorpora estimativas para a agropecuária, indústria e setor de serviços, além dos impostos. Os últimos resultados do IBC-Br, porém, não têm mostrado proximidade com os dados oficiais do Produto Interno Bruto, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado do IBC-Br de 2012, por exemplo, mostrou um crescimento de 1,6%. Posteriormente, o resultado oficial do PIB mostrou uma alta menor, de 0,9% no ano passado. No primeiro trimestre deste ano, o mesmo aconteceu. Enquanto o IBC-Br registrou uma expansão de cerca de 1,1% sobre os três últimos meses de 2012, o PIB veio menor: com um crescimento de 0,6%. No segundo trimestre deste ano, o IBC-Br avançou 0,89%, enquanto o PIB cresceu bem mais: 1,5%.

Em dezembro do ano passado, o diretor de Política Econômica do BC, Carlos Hamilton, disse que o IBC-Br não seria uma medida de PIB, mesmo que tenha sido criado para tentar antecipar o resultado, mas apenas "um indicador útil" para o BC e para o setor privado. "Se o IBC-Br acertasse na mosca é que seria surpreendente", afirmou ele na ocasião.

Desempenho da economia

O fraco desempenho da economia registrado em 2012, e uma recuperação menor do que o esperado neste ano, está relacionado, segundo economistas, com a desaceleração da economia mundial, reflexo da crise financeira, além da baixa confiança do empresariado, do alto nível de endividamento das famílias e do crescimento menor do emprego formal.

O atual cenário acontece apesar de várias medidas anunciadas pelo governo no decorrer do ano passado, como a redução do IPI para linha branca e automóveis, do aumento do dólar e da redução em mais de R$ 100 bilhões dos chamados depósitos compulsórios. O governo também reduziu, no ano passado, o IOF para empréstimos tomados pelas pessoas físicas e deu prosseguimento à desoneração da folha de pagamentos, entre outras medidas.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, que estimava uma expansão da economia acima de 4% para este ano no fim de 2012, revisou seus números para o PIB deste ano para um crescimento de 2,5%. O BC projeta 2,7% de expansão, mas este número pode ser revisto no fim deste mês.

Definição dos juros

O IBC-Br é uma das ferramentas utilizadas pelo Banco Central para definir a taxa básica de juros do país. Com crescimento menor da economia, por exemplo, teoricamente haveria menos pressões inflacionárias. Atualmente, os juros básicos estão em 9% ao ano após quatro elevações em 2013.

Pelo sistema de metas de inflação, que vigora no Brasil, o BC tem de calibrar os juros para atingir as metas pré-estabelecidas. Para 2013, 2014 e 2015, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Deste modo, o IPCA pode ficar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida.

A expectativa do mercado financeiro é de que os juros continuem subindo neste ano e terminem 2013 em 9,75% ao ano. Segundo analistas, a política de gastos públicos em alta, com um corte menor de gastos neste ano no orçamento por parte do governo federal, além da disparada do dólar, contribuem para pressionar a inflação.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES