Puxada pelos alimentos, inflação sobe 0,53% no 4º mês seguido de alta

Trata-se do quarto mês seguido de alta, segundo o IBGE. No entanto, em relação a dezembro (0,62%), houve desaceleração

Puxada pelos alimentos, inflação sobe 0,53% no 4º mês seguido de alta | Ascom
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LEONARDO VIECELI - RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS)

A inflação oficial do Brasil, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), teve alta de 0,53% em janeiro, o primeiro mês do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O resultado foi divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na manhã desta quinta-feira (9).

Analistas consultados pela agência Bloomberg projetavam inflação de 0,56% no mês passado, após a alta de 0,62% registrada em dezembro.

Em 12 meses, o IPCA acumulou avanço de 5,77% até janeiro, conforme o IBGE. Nesse recorte, a variação era de 5,79% até a divulgação anterior.

O índice acumulado está acima da meta de inflação perseguida pelo BC (Banco Central) para 2023. O centro da medida de referência é de 3,25% neste ano. O intervalo de tolerância é de 1,5 ponto percentual para mais (4,75%) ou para menos (1,75%).

Alimentos puxam inflação — Foto: Licia Rubinstein/Agência IBGE Notícias 

LULA SOBE TOM CONTRA BC

O BC, aliás, virou alvo de críticas de Lula. Para tentar conter a inflação no país, a autoridade monetária vem deixando a taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano. A reunião mais recente do Copom (Comitê de Política Monetária do BC) ocorreu na semana passada. Foi o primeiro encontro desde o início do governo Lula.

Na segunda-feira (6), o presidente chamou de "vergonha" o nível atual da Selic. Lula ainda conclamou o empresariado a fazer cobranças sobre os juros altos.

A elevação da Selic é o instrumento do BC para tentar esfriar a demanda por bens e serviços e, assim, conter os preços e ancorar as expectativas de inflação. O possível efeito colateral é a perda de fôlego da atividade econômica, porque o custo do crédito fica mais alto para empresas e consumidores.

A economia já vinha mostrando sinais de desaceleração antes de Lula assumir a Presidência. As críticas do petista à atuação do BC, porém, têm ampliado expectativas de inflação e pressionado os juros.

O movimento gera um reflexo contrário ao pretendido pelo governo. O discurso traz risco de pressão sobre o dólar, que impacta preços de alimentos. A inflação da comida afeta principalmente a população pobre, camada da sociedade na qual Lula encontra apoio.

O mercado financeiro elevou a perspectiva para o IPCA acumulado em 2023 a 5,78%, conforme a edição mais recente do boletim Focus, divulgada pelo BC na segunda-feira. Foi a oitava alta consecutiva na projeção.



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