Queda na produção deixou o feijão quase 50% mais caro em 2012 no BR

IBGE: cai produção de 64% dos produtos agrícolas, incluindo arroz e feijão

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De 64 produtos agrícolas, 41 tiveram uma queda na produção no Brasil em 2012 em relação ao ano anterior. A consequência: preço mais alto.

A dupla arroz e feijão, que compõe a base da alimentação brasileira, sofreu por conta de secas no Sul e no Nordeste do país. A estiagem fez a produção de arroz cair 14,3% e a de feijão, 18,6% no ano passado. Com isso, o arroz ficou 24,3% mais caro e o feijão subiu 48,4%.

As informações referem-se à safra de 2012, mas só foram divulgadas nesta sexta-feira (25) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), na pesquisa Produção Agrícola Municipal (PAM). O estudo investiga 64 produtos em quase todos os 5.565 municípios brasileiros.

Em 2012, deixaram de ser cultivados mais de 400 mil hectares de arroz no Brasil, sendo 127 mil só no Rio Grande do Sul. A situação foi ainda mais grave no caso do feijão: a área plantada caiu 725 mil hectares; além disso, form perdidos 473 mil hectares, principalmente em Pernambuco e Bahia.

Preço do alho sobe 80% e do tomate, 18,5%

Alho, tomate e batata inglesa também estão entre os produtos que tiveram aumento de preços por causa da queda na produção. O preço do alho aumentou quase 80%, devido à queda de 25,3% na produção; o do tomate, subiu 18,5%, com a produção 12,3% menor; o da batata inglesa subiu 5,6%, acompanhando a produção 4,7% menor.

Apesar de a produção ter se mantido, a cebola teve aumento de 31,7% no preço devido à maior procura.

Valor da produção agrícola chega a R$ 204 bi

Apesar de a produção da maioria das culturas ter caído, a alta dos preços fez o valor da produção agrícola fechar 2012 maior que no ano anterior: foram R$ 204 bilhões, 4,3% a mais que em 2011.

O milho, o feijão e o algodão herbáceo foram os produtos que mais contribuíram para esse avanço.

Milho tira liderança da soja

Desde 2002, a soja vinha sendo líder de produção no país. Na última safra, no entanto, o reinado foi abalado pelo milho. Em 2012, a produção brasileira de milho (71,1 milhões de toneladas) superou a da soja (65,9 milhões de toneladas).

Um dos motivos foi a queda de 12% na produção da soja no Brasil, mesmo com o aumento da área plantada, devido à falta de chuvas no Nordeste e no Sul.

Por outro lado, a seca que atingiu os Estados Unidos, maior produtor mundial de milho, prejudicou a produção por lá e fez o preço do grão subir no mercado internacional.

De olho nessa alta, agricultores brasileiros apostaram no milho: aumentaram a área plantada em 10,7% e investiram em tecnologia, fazendo com que a produção tivesse uma alta de 27,7%. A produção de milho cresceu, principalmente, na região Centro-Oeste.

Cana-de-açúcar tem queda após 12 anos

Após 12 anos de crescimento, a cana-de-açúcar teve uma produção 1,8% menor em 2012. Foram 721 milhões de toneladas no total. Mesmo assim, a cultura conseguiu obter um aumento de 3,1% no valor total da produção.

A parcela de cana de açúcar que foi destinada para a produção de açúcar aumentou 6,5% em 2012 em comparação com 2011. Dessa forma, 49,5% foi para o açúcar e 50,5% foi para o etanol; houve, com isso, uma redução de 8% na produção de etanol hidratado.

A soja e o milho, somados à cana de açúcar totalizam 57,7% do valor total da produção brasileira.

Laranja e fumo têm queda na produção e no valor total da produção em 2012

Ao contrário de culturas como o arroz e o feijão que, apesar da produção menor, conseguiram obter aumento do valor total da produção com o aumento dos preços, a laranja e o fumo tiveram queda tanto na produção quanto no valor total da produção em 2012.

A safra total de laranja foi de 18 milhões de toneladas, mas com os preços baixos que fecharam o ano com o mínimo de R$ 6 pela caixa de 40,8 kg, mesmo com a oferta 9,1% menor do que a de 2011. Com isso, o valor total da produção caiu 30% em 2012.

O fumo teve uma produção 14,9% menor e um valor total da produção 4,2% menor em 2012 em comparação com 2011.



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