Reservas internacionais atingem US$ 300 bilhões

Neste ano, reservas avançaram R$ 11,7 bilhões, informa Banco Central.

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As reservas internacionais brasileiras avançaram US$ 478 milhões nesta última quarta-feira (9) e, com isso, atingiram a marca histórica de US$ 300 bilhões, novo recorde, segundo números divulgados nesta quinta-feira (10) pelo Banco Central. Na comparação com o fim de 2010, quando as reservas estavam em US$ 288,57 bilhões, o crescimento foi de US$ 11,7 bilhões.

O governo acumula a moeda norte-americana de três formas: comprando dólares no mercado (via Banco Central) ou fazendo emissões de títulos da dívida pública - que são comprados pelos investidores e cujo pagamento é depositado nas reservas. As reservas também variam por conta da remuneração das aplicações que são feitas com estes recursos - a maior parte em títulos do Tesouro dos Estados Unidos.

O crescimento das reservas em janeiro deste ano está relacionado com o forte ingresso de recursos. No mês passado, ingressaram US$ 15,5 bilhões na economia brasileira, o maior valor desde junho de 2007. O mercado financeiro avalia que este ingresso está relacionado com captações externas de empresas brasileiras, estimadas em cerca de US$ 10 bilhões para o mês passado.

Compras de dólares pelo BC

Com a forte entrada de dólares, o BC comprou US$ 7,99 bilhões no mercado à vista de câmbio em janeiro. Em fevereiro, até o dia 4, adquiriu mais US$ 2,83 bilhões. As compras de dólares são uma forma de a autoridade monetária tentar impedir uma queda maior da cotação da moeda norte-americana, juntamente com os leilões de "swap cambial reverso" (que funcionam como uma compra de divisas no mercado futuro) e os leilões de dólares no mercado a termo.

A vantagem de ter dólares em caixa é que isso dá garantias contra eventuais crises no mercado internacional, como a da Rússia, em 1998, e a crise financeira que atingiu a economia internacional no ano retrasado. Durante a crise financeira, quando as linhas de crédito externas escassearam, o BC vendeu dólares das reservas para empresas brasileiras.

Economistas, no entanto, chamam a atenção para a compra de dólares. Isso por que, cada vez que o governo compra divisas, paga em real e, com isso, aumenta a dívida interna. Ao mesmo tempo, também tem de pagar mais juros, uma vez que as taxas oferecidas no mercado interno são mais altas do que no exterior. É o chamado "custo de carregamento" das reservas, que teria atingido, segundo cálculos de economistas, um valor ao redor de US$ 24 bilhões no ano passado.

Histórico

As reservas internacionais brasileiras chegaram ao fundo do poço no fim de 1998 e início de 1999, logo após o anúncio de moratória (não pagamento da dívida externa) por parte da Rússia. Naquele momento, houve uma fuga de capitais de todos os países emergentes, inclusive do Brasil, e, para manter o câmbio fixo, o Banco Central, sob a tutela de Gustavo Franco, teve de lançar mão das reservas e vender dólares ao mercado financeiro para segurar a cotação do real. Naquela época, as reservas já haviam caído para US$ 24,4 bilhões.

Com a adoção do câmbio flutuante, ou seja, sem metas para a taxa de câmbio, as reservas deixaram de ser utilizadas para conter a subida do dólar. A conseqüência imediata foi a disparada da moeda norte-americana para cerca de R$ 3,00. Entretanto, até o fim daquele ano já retornaria para um patamar ao redor de R$ 2,00 por dólar em conseqüência ao aumento da taxa básica de juros da economia.

Com o processo de recomposição das reservas, iniciado em 2004, o Banco Central voltou a comprar dólares, o que tem elevado, desde então, o patamar das reservas cambiais. No fim de 2005, as reservas já estavam em US$ 53,8 bilhões, avançando para US$ 85,8 bilhões no fechamento de 2006 e para US$ 180 bilhões no final de 2007. No fechamento de 2008 e de 2009, respectivamente, as reservas alcançaram as marcas de US$ 206 bilhões e US$ 239 bilhões.



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