Seca faz preços dos produtos crescerem no Piauí,diz Cepro

Basta uma volta pelos mercados e nas tradicionais quitandas que é fácil perceber que os valores de produtos como farinha ou amido de milho estão altos

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Alguns produtos têm ficado mais caros nos últimos meses e, mesmo aqueles mais imprescindíveis, têm se tornado cada vez mais escassos na mesa do teresinense. Quem não abre mão de alguns deles está tendo que pagar até R$ 10 no quilo. A explicação dada por vendedores e consumidores, no entanto, é sempre a mesma, a seca dos últimos anos na região Nordeste.

Alimentos como a farinha de mandioca, o amido de milho ou goma e a fava estão entre os que tiveram as maiores subidas de preço. A fava, por exemplo, é encontrada hoje no Mercado Velho da capital a R$ 15,00 o quilo, antes ela não chegava a mais de R$ 5,00.

O preço da farinha também sofreu uma alta bastante significativa. Uma pesquisa da Fundação Cepro mostra que, nos últimos 12 meses, esse alimento sofreu uma inflação de 60%. E não apenas os donos de casa que sentem essa alta dos preços. O comerciante do Mercado Velho de Teresina, Raimundo de Sousa Santos, explica que antes dessa crise provocada pela seca o saco de farinha custava R$ 120,00, hoje ele está custando cerca de R$ 280,00, mas já chegou aos R$ 350,00.

?Nós estamos há três anos sem ter um bom inverno e isso explica a subida de preços desses produtos, principalmente os derivados da mandioca como a farinha e a goma. Enquanto o feijão tem um ciclo que dura entre 90 e 120 dias, a mandioca é de um ano. Já a fava que também tá com um preço bastante alto tem um ciclo de seis meses?, disse o Raimundo de Sousa.

A empregada doméstica Luzia Mendes, que sempre faz as compras da sua casa e da casa onde trabalha conta que sentiu essa alta dos preços e, há alguns meses, espera que eles baixem, mas isso não acontece. ?Eles subiram muito e sempre espero perceber a baixa de preço deles, mas isso nunca acontece e o pior é que são produtos que não podem faltar nas refeições?, disse.

Cajuína também sofre inflação

No setor de bebidas, o que também sofreu uma inflação bastante alta foi a cajuína, bebida típica da região. Se antes seu valor não ultrapassava os R$ 5,00, hoje já é possível encontrar esse refresco por mais de R$ 9,00 nos supermercados da capital. Isso pode ser explicado pela queda na produção do caju, no Piauí.

O presidente da Cooperativa dos Produtores de Cajuína do Estado do Piauí, Cajuespi, Lenildo Lima, explica que nos últimos meses a produção de cajuína no Piauí ficou pequena, o que contribuiu para a elevação do preço e isso tem sido suprido, nos estabelecimentos com a venda da cajuína cearense. Esse problema, no entanto, já está prestes a ser solucionado, uma vez que a produção de caju no Estado já está sendo retomada. ?Vamos voltar a produzir caju?, afirma Lenildo.

Pessoas precisam substituir produtos

O economista Manuel Moedas aconselha os teresinenses substituírem os produtos com preço mais elevados por outros alimentos alternativos. Essa é uma forma que ajuda tanto a baratear a cesta básica como força os alimentos mais caros a terem seus preços barateados, uma vez que cai a demanda.

?Nós estamos no meio de uma seca, com muito tempo que não chove satisfatoriamente e os produtos consequentemente ficam escassos, mas a demanda continua a mesma. Com isso, a tendência é o preço subir, por isso, as pessoas precisam deixar de consumir esses produtos, pois assim os preços baixam automaticamente?, aconselhou o economista.

Dados da Fundação Cepro mostram que a inflação, no mês de setembro, no setor da alimentação foi de 0,29%. Já em setores como Serviços Pessoais foi de 0,82%; Saúde e Cuidados Pessoais, 0,35%; Artigos de Residência, 0,32%; Alimentação, 0,29%; e Habitação, 0,05%. No caso especifico do grupo Vestuário, o crescimento de 1,84%. O grupo Transportes cresceu 0,87%.



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