Superávit nas contas do governo cai 50% no bimestre, para R$ 9,87 bilhões

Em fevereiro, as contas ficaram no vermelho, com déficit primário de R$ 3,08 bilhões.

Avalie a matéria:
|
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

As contas do governo registraram um superávit primário, que é a economia feita para pagar juros da dívida pública e tentar manter sua trajetória de queda, de R$ 9,87 bilhões no primeiro bimestre deste ano. O valor representa uma queda de cerca de 50% frente ao mesmo período do ano passado ? quando o esforço fiscal somou R$ 19,66 bilhões, informou a Secretaria do Tesouro Nacional nesta quinta-feira (27). Em fevereiro, as contas ficaram no vermelho, com déficit primário de R$ 3,08 bilhões.

O superávit caiu no acumulado deste ano apesar da arrecadação de tributos recorde e do pagamento, por parte das empresas estatais ao Tesouro Nacional, de R$ 2,89 bilhões em dividendos nos dois primeiros meses deste ano. No primeiro bimestre do ano passado, o governo ainda não havia recebido dividendos das estatais.

Por outro lado, o Tesouro Nacional observou que foram pagos R$ 1,95 bilhão aos estados em janeiro por conta da lei Kandir (ajuda para desonerar exportações), além de R$ 1,05 bilhão para a Conta de Desenvolvimento Energético nos dois primeiros meses de 2014 - gastos que não foram feitos no início do ano passado.

Pior resultado desde 2009

Segundo a série histórica do órgão, trata-se do menor superávit primário para os dois primeiros meses de um ano, desde 2009 (+R$ 2,86 bilhões), logo após a eclosão da crise financeira internacional, "inaugurada" com o anúncio de concordata do Lehman Brothers, em setembro do ano anterior. Naquele ano, o governo reduziu sua meta de esforço fiscal liberando mais gastos para estimular a economia e combater os efeitos da crise na economia brasileira.

Meta fiscal de 2014

A meta cheia de superávit primário, incluindo estados e municípios, para o ano de 2014 é de R$ 167,4 bilhões, ou 3,1% do PIB, conforme consta no orçamento da União aprovado pelo Congresso Nacional. Somente para o governo central, excluindo assim os estados, prefeituras e estatais, a meta é menor: de R$ 116,1 bilhões, ou 2,2% do PIB.

Assim como em 2013, porém, o Executivo não é mais obrigado a compensar o esforço fiscal dos estados e municípios. Além disso, o governo também pode abater até R$ 58 bilhões em gastos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e desonerações tributárias de sua meta formal ? medida também já aprovada pelo Legislativo.

Em termos legais, portanto, a economia feita por todo setor público (governo, estados e municípios) para pagar juros da dívida pública e tentar manter sua trajetória de queda pode oscilar entre R$ 58 bilhões (1,1% do PIB) e R$ 167,4 bilhões sem que a meta seja formalmente descumprida.

Ao anunciar em fevereiro o corte de R$ 44 bilhões no orçamento deste ano, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou que o objetivo fiscal de todo o setor público, neste ano, é de R$ 99 bilhões - o equivalente a 1,9% do PIB, o mesmo percentual registrado em 2013. Somente para o governo, a meta foi fixada em R$ 80,8 bilhões neste ano, ou 1,55% do PIB.

Receitas, despesas e investimentos

De acordo com dados do governo federal, as receitas totais subiram 9,6% nos dois primeiros meses deste ano, contra o mesmo período do ano passado, para R$ 212 bilhões. O crescimento das receitas foi de R$ 18,5 bilhões no bimestre.

Ao mesmo tempo, as despesas totais cresceram quase o dobro das receitas, em termos percentuais, no primeiro bimestre de 2014: 15,5%, para R$ 158,4 bilhões. Neste caso, a elevação foi de R$ 21,3 bilhões.

Já no caso dos investimentos, as despesas somaram R$ 15,1 bilhões em janeiro e fevereiro, informou o Tesouro Nacional, valor que representa um aumento de 22,7% frente a igual período de 2013 (R$ 12,3 bilhões).

No caso das despesas do PAC, que somaram R$ 11,1 bilhões no primeiro bimestre de 2014, houve alta de 43% sobre igual período do ano passado (R$ 7,7 bilhões), informou a Secretaria do Tesouro Nacional.

Conta de Desenvolvimento Energético

O Tesouro Nacional informou ainda que foi feito um pagamento de R$ 1,05 bilhão para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) no primeiro bimestre deste ano. Em 2014, está previsto um valor de até R$ 13 bilhões para a CDE com recursos orçamentários.

Desde o final de 2012, o país vem utilizando mais energia gerada pelas termelétricas por conta do baixo nível dos reservatórios de hidrelétricas. A operação das térmicas ajuda a poupar água dessas represas, mas tem um custo maior, que normalmente seria repassado às contas de luz.

Além dos R$ 13 bilhões em recursos orçamentários, também será permitido que as distribuidoras emprestem R$ 8 bilhões no mercado. Mesmo assim, parte da fatura deverá ser repassada à conta de luz. Entretanto, a expectativa do Ministério de Minas e Energia é de que isso só aconteça a partir de 2015.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES