Política econômica no centro do palanque a um ano das eleições

Discussões de temas como juros, câmbio e inflação chegaram ao debate político mais cedo que em eleições anteriores

No governo, os sinais são de que a | Reprodução Internet
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BRASÍLIA - Um ano antes das eleições presidenciais, a economia já subiu no palanque e virou o terreno de disputa entre o governo Dilma Rousseff e a oposição. Na busca por empresários e por apoio do mercado, cada pré-candidato vem tentando de todas as formas convencer que os tempos de crescimento econômico vão voltar em 2015.

No governo, os sinais são de que a "era Dilma II" começará sem o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e terá um aprofundamento da estratégia de redução das taxas de juros e desvalorização cambial. Os tucanos, por outro lado, defendem uma forte abertura comercial, o fim das desonerações tributárias a setores específicos, como o atual governo vem fazendo, e o retorno de uma visão mais liberal na economia.

Já o grupo em torno de Eduardo Campos (PSB) e Marina Silva busca se chancelar como alternativa de política econômica. Para isso, aponta para a recuperação do "tripé macroeconômico clássico" (superávit primário, meta de inflação e câmbio flutuante) e desenvolvimento sustentável.

Segundo Campos afirmou ao Estado, as propostas econômicas serão devidamente explicadas em um documento que será editado pelo PSB e por militantes da Rede recém-filiados aos socialistas. "Há uma crise de expectativa em relação ao atual governo", diagnosticou ele (leia mais na página B3).

Além disso, o grupo de Marina conta com economistas desenvolvimentistas, descontentes com a gestão Dilma, como Paulo Sandroni, da FGV-SP, e liberais antes ligados ao PSDB, como André Lara Resende (um dos formuladores do Plano Real) e Eduardo Giannetti da Fonseca.

Um dos principais conselheiros de Lula e também da presidente Dilma, o economista Luiz Gonzaga Belluzzo avisa: "A questão realmente importante agora é saber como será o cenário para os investimentos a partir de 2015. Os empresários, que são os que contratam trabalhadores e investem em tecnologia, produção e serviços, querem saber quem pode assegurar que haverá terreno para se investir fortemente, e isso fará o crescimento deslanchar."

Crescimento. Ao Estado, o presidente nacional do PSDB, senador e virtual candidato Aécio Neves (MG), afirmou que uma mudança na condução da economia, que faça o ritmo de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) voltar para um patamar de 4% ou mais, só ocorrerá com a volta dos tucanos ao poder federal.

"Uma vitória do PSDB sinaliza o encerramento de um ciclo de pouca capacidade gerencial, de privilégios setoriais e de uma economia extremamente fechada e ancorada nos bancos públicos; será a mudança para uma coisa diferente, nova", disse Aécio, que esteve em Nova York para encontro com investidores estrangeiros, há duas semanas, e voltou animado: "Todos querem mudança", disse.

O candidato presidencial tucano da última eleição, José Serra (SP), por sua vez, criticou os últimos leilões realizados pelo governo Dilma, que fez das concessões de empreendimentos e obras de infraestrutura ao setor privado sua principal estratégia para recuperar o crescimento econômico.

"O governo interfere ao máximo nas licitações que propõe", afirmou Serra, segundo quem "não dá para interferir na taxa de retorno do empresário; o que se deve fazer é fixar parâmetros e condições mínimas, e então leiloar", disse.



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