Usiminas cobra empresa de Eike Batista por atraso em obra de porto

A Usiminas começou a cobrar ressarcimento da MMX (MMXM3) pelo atraso na entrada em operação do porto da mineradora do grupo de Eike Batista

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A Usiminas (USIM5) começou a cobrar ressarcimento da MMX (MMXM3) pelo atraso na entrada em operação do porto da mineradora do grupo de Eike Batista e não tem interesse em fazer uma oferta para comprar participação na companhia, afirmou o diretor financeiro da siderúrgica, Ronald Seckelmann.

"A MMX interessa a nós apenas como porto operando", disse o executivo a jornalistas nesta quarta-feira, após apresentação da Usiminas analistas e investidores, repetindo comentários feitos no final de julho, após os resultados de segundo trimestre da siderúrgica.

Perguntado sobre notícias que envolvem a Usiminas em uma possível negociação para a compra da MMX, o executivo negou.

A MMX está construindo o Porto do Sudeste, que perdeu prazos para entrada em operação, disparando cláusulas de compensação previstas em contrato assinado com a Usiminas em 2010.

O acordo foi acertado para escoar a produção de minério de ferro da Usiminas, mas com o atraso da entrada do porto, a siderúrgica ficou sem canais eficientes para exportar sua produção excedente da commodity.

"A MMX é uma empresa de mineração integrada com porto, a princípio não nos interessa (fazer oferta por participação)", disse Seckelmann. Ele acrescentou que não tem conhecimento se a ferrovia MRS, na qual a Usiminas tem participação, teria feito oferta para compra de ativos da mineradora.

Segundo o diretor de mineração da siderúrgica, Wilfred Bruijn, o "maior desejo da Usiminas" é que o Porto do Sudeste entre rapidamente em operação. Por enquanto, a empresa trabalha com prazo de que o Porto do Sudeste começará a operar entre o final deste ano e início de 2014.

Com o porto funcionando, a Usiminas prevê elevar o volume de vendas de minério de ferro em 2014, quando espera que o preço da commodity no mercado internacional fique em torno de US$ 125, perto do patamar previsto para o final deste ano. Os executivos não comentaram quando e quanto a empresa espera receber da parcela de compensação que estão cobrando da MMX.

Bruijn comentou que a primeira etapa do projeto de ampliação de capacidade de produção de minério de ferro, para 12 milhões de toneladas anuais, conhecido como "Friáveis", está com 95 por cento das obras concluídas e se mostrou otimista sobre aprovação no início do próximo ano da segunda etapa da expansão.

Esta etapa, conhecida como "Projeto Compactos", tem como meta elevar a capacidade de minério da Usiminas para 29 milhões de toneladas entre 3 a 4 anos após o início das obras.

"Estamos bastante otimistas sobre o Capex (investimento) e também sobre o mercado (...) É um projeto que está se mostrando que fica de pé", disse Bruijn a analistas.

Segundo Seckelmann, dos cerca de R$ 4,8 bilhões em caixa detidos pela Usiminas ao final do segundo trimestre, R$ 1,5 bilhão correspondem a recursos da Mineração Usiminas (Musa), que estão esperando aprovação do projeto Compactos.

Ele afirmou que se o projeto não for aprovado pelo conselho da companhia, os recursos serão retornados gradualmente sob a forma de dividendos aos acionistas.

Seckelmann comentou que a Musa deve receber em setembro 98 milhões de dólares em dinheiro da Sumitomo, concluindo uma operação acertada em 2010, quando a companhia japonesa comprou participação de 30% na mineradora.

Ele afirmou ainda que a Usiminas ainda não fechou orçamento de investimento em 2014, mas que o número global deve ficar em torno de R$ 1 bilhão e R$ 1,2 bilhão. A expectativa para este ano era de R$ 1,5 bilhão, mas o valor desembolsado até o final de 2013 deve ficar em R$ 1,35 bilhão, disse o executivo.

Aço

Sobre o mercado de aço, o diretor comercial, Sérgio Leite, afirmou que a Usiminas espera que o consumo aparente do Brasil este ano deve crescer entre 2% e 2,5%, mas que a Usiminas espera elevar suas vendas em 5%.

Em chapas grossas, um dos principais produtos da empresa e destaque de vendas no segundo trimestre, Leite estimou que os volumes vendidos entre julho e setembro serão menores que o registrado entre abril e junho. A Usiminas deverá compensar a redução elevando vendas de outros produtos, disse o executivo.

A Usiminas elevou preços de aço vendido a distribuidores em cerca de 6 a 8 por cento a partir desta semana, em meio à intensificação da baixa do real contra o dólar e depois de ter informado no final de julho que via um cenário de preços estável no terceiro trimestre. Leite evitou comentar se a companhia projeta novos reajustes nos próximos meses.



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