El Niño pode causar prejuízos trilionários para a economia de todo o mundo

Os climatologistas recentemente anunciaram que o fenômeno climático El Niño já se formou e irá se fortalecer até o final do ano.

Fenômeno climático deve impactar globalmente a economia | Getty Images
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

O El Niño irá trazer mudanças acentuadas nos padrões climáticos em todo o mundo nos próximos meses, mas já estima-se que seus efeitos também podem trazer prejuízos avassaladores para os países. Segundo um estudo recente feito por pesquisadores do Dartmouth College em Hanover, no Estado americano de New Hampshire, o fenômeno, que se iniciou este ano, pode custar até US$ 3,4 trilhões (cerca de R$ 16,6 trilhões) para a economia global nos próximos cinco anos.

Segundo publicação da BBC, pesquisadores afirmaram que, após dois eventos poderosos recentes do El Niño, em 1982-83 e 1997-98, o PIB dos Estados Unidos foi 3% menor do que o esperado meia década depois. Se um evento com magnitude similar acontecesse agora, o custo calculado para a economia americana seria de US$ 699 bilhões (cerca de R$ 3,4 trilhões).

A queda no PIB em consequência do fenômeno, também foi observado em países tropicais costeiros, como a Indonésia e o Peru, que sofreram redução de 10% no PIB após os mesmos fenômenos, segundo os pesquisadores. Eles estimam que as perdas econômicas globais neste século somarão US$ 84 trilhões (cerca de R$ 410 trilhões), com as mudanças climáticas aumentando a frequência e a potência do El Niño.

"O El Niño não é apenas um choque do qual a economia se recupera imediatamente", afirma Justin Mankin, professor de geografia do Dartmouth College e um dos autores do estudo, que também destaca que "a produtividade econômica após o El Niño é reduzida por muito mais tempo do que simplesmente o ano após o fenômeno."

"Quando falamos em El Niño aqui nos Estados Unidos, significa que o tipo de impactos que iremos ver, como enchentes e deslizamentos, normalmente não tem cobertura de seguro na maioria das empresas e residências", segundo Mankin. Na Califórnia, por exemplo, 98% dos proprietários de casas não têm seguro contra enchentes.

Efeitos do El Niño

Os climatologistas recentemente anunciaram que o fenômeno climático El Niño já se formou e irá se fortalecer até o final do ano e durante os primeiros meses de 2024, mas seus efeitos são de longo prazo. Em determinadas regiões, o sul dos Estados Unidos, deve provocar enchentes. Na América do Sul, incluindo o Brasil, enquanto estados mais ao Norte podem sofrer com secas extremas, ao sul, o fenômeno tende a provocar grandes volumes de chuva.  

"Nossa previsão é que o El Niño continue até o inverno [no hemisfério norte – verão no hemisfério sul] e a probabilidade de que ele se torne um forte evento ao atingir seu pico é bastante alta, de 56%. A possibilidade de um evento pelo menos moderado é de cerca de 84%", segundo Emily Becker, diretora do Instituto Cooperativo de Estudos Marinhos e Atmosféricos da Universidade de Miami, nos Estados Unidos, no blog da Administração Nacional Atmosférica e Oceânica (NOAA, na sigla em inglês) americana.  

Os cientistas já alertaram que, com o aumento das emissões de carbono e o forte El Niño deste ano, a possibilidade de que o planeta ultrapasse o limite de aquecimento global de 1,5° C em pelo menos um ano, até 2027, é de 66%. Além disso, o fenômeno pode trazer padrões meteorológicos extremos e perigosos, como fortes chuvas e enchentes, em partes dos Estados Unidos e em outros países, no final deste ano e no início do ano que vem. 

As mudanças dos padrões climáticos causadas pelo El Niño também trazem outros problemas: doenças infecciosas, por exemplo, podem ter maior incidência em áreas onde as condições favorecem a proliferação de insetos e outras pragas transmissoras.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Avalie a matéria:
Tópicos
SEÇÕES