Em meio à violência, mercado do Mafuá tem histórico de tranquilidade

Comerciantes relatam que nunca chegaram a ser vítimas de assaltos e falam dos negócios que mantêm há mais de quatro décadas

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Na contramão da criminalidade do resto de Teresina, principalmente na zona Norte, onde há inúmeros relatos de assaltos à mão armada, o tradicional Mercado do Mafuá vive dias tranquilos. Isso é o que apontam os comerciantes, que veem na tranquilidade do espaço a vontade de trabalhar.

Os assaltos no local são tão raros que o máximo que acontece são pequenos furtos de mercadorias, geralmente por pessoas com problema de drogadição.

A comerciante Maria Fortes, de 69 anos, por exemplo, mantém uma loja de variedades no Mercado do Mafuá, onde vende velas coloridas, objetos de alumínio e produtos de armarinho.

A simpática senhora, que trata os clientes por “meu príncipe”, trabalha no local desde 1971, e nestes 43 anos de serviço nunca viu um assalto. Ela conta que pequenos furtos são mais comuns, mas ela nem chega a ver a ação: “Eles entram e tiram sem eu ver”, relata.

Mais adiante, outra que trabalha tranquilamente em seu comércio é Joana Jacinta, que em 20 anos de comércio, nunca viu um assalto na loja de materiais de construção que mantém no mercado. Assim como Maria Fortes, ela diz que o máximo que acontece são furtos de mercadorias por “mãos leves”.

Para evitar os furtos, ela e alguns comerciantes contrataram um serviço de segurança para fazer a vigília do quarteirão, mas violência na rua ela afirma nunca ter visto.

Comércios maiores localizados no Mercado do Mafuá, que geralmente atraem o olhar dos assaltantes, também estão livres da criminalidade comum na zona Norte da Teresina. “A gente está com 30 anos aqui e nunca fomos assaltados.

O pessoal que usa drogas vem aqui e tenta pegar alguma coisa, mas nada que a gente vigiando não resolva”, afirma Dorajane Feitosa, de 47 anos, que mantém uma drogaria no local.

“Aqui é difícil ter assalto. A gente fica aqui até a noite e não vemos nenhum, mas se tivesse um carro da polícia fazendo ronda a gente se sentia ainda mais segura”, diz vendedora de frutas e verduras Maria Antônia, mais conhecida por “Toinha”, de 58 anos. Ela trabalha no mercado há 40 anos, e durante todo esse tempo não foi alvo de pequenos furtos, nem muito menos assaltos violentos.

O comércio do Mercado do Mafuá data da década de 1920, quando funcionava no cruzamento da Rua Amazonas com a Rua Gabriel Ferreira. Na época, os comerciantes vendiam comida para os trabalhadores da linha férrea.

Na década de 1960, muita coisa mudou, inclusive o endereço do Mercado, que passou a funcionar na Rua Lucídio Freitas, após a construção de um prédio para que os comerciantes pudessem trabalhar de maneira adequada. O que realmente não mudou foi a tranquilidade da região.

Mercado do Mafuá mantém o menor espaço cultural do mundo

Além da peculiar calmaria do Mercado do Mafuá, uma das lojas que mais chamam atenção no percurso da Rua Lucídio Freitas é a loja de Cícero Manuel, que funciona como sebo, antiquário e galeria de arte. Tudo isso nos 4 m² da pequena loja que mantém por lá, daí o slogan: "O menor espaço cultural do mundo".

Cícero começou como colecionador, mas chegou um dia que sua casa não cabia mais tantas coisas, assim ele foi vendendo e comprando novos objetos, até o ponto que a prática virou negócio sério. No local, muitos vinis, rádios e celulares antigos tornam a loja ainda mais interessante.

Tão interessantes quanto as histórias que ele conta, mas nenhuma delas traz no enredo assaltos ou criminalidade. Desde 1972, nenhum infortúnio, apenas barganhas e muitos colecionadores que passam por lá todos os dias.



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