Embrapa Meio-Norte exporta tecnologia para 6 países

Unidade possui 127 ativos tecnológicos, participa de outros 58 projetos de pesquisa e desenvolvimento conduzidos pela Embrapa no País e promove a segurança alimentar para Moçambique, Camarões, Etiópia, Uganda, Gana e Tanzânia.

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São quarenta e quatro anos de uma história de sucesso na geração de tecnologias e conhecimentos científicos, celebrados na última quinta-feira (13 de junho), pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) no Meio-Norte. Ao longo dessas quatro décadas e meia de atuação, a Unidade vem disponibilizando soluções tecnológicas na agropecuária para melhorar a vida das pessoas e desenvolver a região.

Hoje, o portfólio tecnológico é amplo e inovador. São 127 ativos tecnológicos, como cultivares de feijão-caupi e de arroz vermelho, sistemas de produção vegetal e animal, práticas e processos agropecuários. “Estamos alcançando a melhor fase do desenvolvimento de trabalhos científicos com foco na inovação aberta social e empresarial”, destaca o chefe-geral da Unidade, Luiz Fernando Leite.

A carteira de projetos da Embrapa Meio-Norte é um destaque à parte. São 11 projetos em execução, conduzidos nas áreas de Produção Animal, Produção Vegetal e Recursos Naturais. Os estudos, segundo o chefe-adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento, Edvaldo Sagrilo, são direcionados ao uso e adaptação dos “sistemas integrados de produção, conservação e uso de animais (bovinos e abelhas sociais), sanidade em sistemas aquícolas, fruticultura, controle biológico, e ao manejo do sistema solo-água-planta com uso racional, em culturas e atividades de relevância à região”.

A Unidade tem participação também em outros 58 projetos de pesquisa e desenvolvimento conduzidos pela Embrapa no País. Com essas ações, Sagrilo prevê uma entrega de 124 soluções tecnológicas já registradas nos sistemas corporativos da empresa até o ano de 2023.

CRÉDITO: Chefe-geral da Embrapa Meio-Norte, Luiz Fernando Leite.

O braço exportador de ativos tecnológicos vai mais longe, alcançando países do continente africano, onde há escassez de informações técnicas. A chefe-adjunta de Inovação e Tecnologias, Izabella Hassum, destaca a atuação da Unidade em ações junto a organismos internacionais para a promoção do desenvolvimento e da segurança alimentar em Moçambique, Camarões, Etiópia, Uganda, Gana e Tanzânia.

Esse projeto nos países africanos é desenvolvido em parceria com a Fundação de Melissa Gate e Bill Gates, fundador da empresa Microsoft.

Todo esse trabalho, segundo o chefe-adjunto de Administração e Finanças, José Oscar Lustosa Júnior, está ancorado em um quadro de colaboradores que passa confiança. São 262 empregados agrupados nos cargos de pesquisador (a grande maioria com doutorado), analista, técnico e assistente. “O maior ativo da Unidade é o nosso quadro pessoal”, exalta.

Sombreamento natural desenvolve mais rápido a criação de abelhas

As abelhas gostam mesmo é de sombra e água fresca. Um estudo conduzido pela pesquisadora Maria Teresa Rêgo, da Embrapa Meio-Norte de Teresina, revelou que o sombreamento das colmeias favorece o desenvolvimento das colônias e a qualidade do mel. Um dos resultados mais expressivos dessa pesquisa mostrou que o sombreamento natural, com árvores, ajudou na ampliação rápida da área de cria. Esta área corresponde ao favo, onde as crias se desenvolvem. A melhor faixa de temperatura para o desenvolvimento delas é entre 30 a 35 graus Celsius.

“Numa colônia, as operárias trabalham para manter essa faixa de temperatura ideal às crias, seja aquecendo o ninho, quando ocorrem temperaturas baixas, seja resfriando, no caso de temperaturas elevadas”, diz a cientista. Segundo ela, quanto mais a colônia de abelhas estiver exposta a “temperaturas que se distanciam dessa faixa, maior será o trabalho das operárias para manter um clima ideal e estabelecer a termorregulação”. O trabalho das operárias no aquecimento ou resfriamento do ninho afeta o desenvolvimento das colônias.

Outro resultado importante do trabalho veio da análise da qualidade do mel coletado das colmeias submetidas a essas diferentes condições. Foram feitas análises físico-químicas quanto ao teor de Hidroximetilfurfural (HMF), atividade diastásica e acidez. Todas as análises foram feitas no Laboratório de Controle da Qualidade de produtos Apícolas da Embrapa Meio-Norte, em Teresina, que é referência regional.

A pesquisa revelou também outro dado animador. As coberturas construídas com palhas e o sombreamento de árvores favorecem a manutenção de níveis mais baixos de HMF no mel. O HMF é uma molécula que nasce da transformação dos monossacarídeos frutose e glicose.

Quanto mais calor, segundo os testes, é mais rápida a conversão dela. Com isso, a molécula passou a ser usada como um indicador de aquecimento, processamento inadequado e até de adulterações no mel. 

Embrapa cria sistema de integração Lavoura-Pecuária e Floresta

A integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), desenvolvida pela Embrapa Meio-Norte, consiste na diversificação da produção, em que as atividades agrícolas, pecuárias e florestais passam a fazer parte de um mesmo sistema, na mesma área, visando a aumentar a eficiência da utilização dos recursos naturais e a preservação do meio ambiente, resultando no incremento da produção e promovendo a estabilidade financeira do produtor.

O sistema baseia-se no consórcio, sucessão ou rotação de culturas anuais, com diferentes espécies forrageiras e arbóreas, em áreas de lavoura ou de pastagens degradadas. O uso do sistema ILPF no Brasil e o incentivo à sua adoção nos polos de produção agropecuária poderão ampliar a produção de alimentos e produtos florestais sem abertura de novas áreas.

Crédito: Tarcila Viana

Os Estados do Piauí e do Maranhão já se beneficiam desse sistema, principalmente nos Cerrados, onde estão as regiões poloprodutoras de grãos, como o Piauí, plantando cerca de um milhão de hectares e produzindo quatro milhões de toneladas de grãos, e o Maranhão, que planta uma área de quase 700 mil hectares de soja e produz em torno de dois milhões de toneladas.

As regiões em que a pecuária é fortemente explorada, limítrofes dessas áreas agrícolas, serão favorecidas com a adoção do sistema ILPF, nas próximas décadas, como estratégia de produção em muitas propriedades nestes dois estados.

Há quinze anos, a Embrapa Meio-Norte vem gerando e transferindo tecnologias de sistemas integrados de produção. Esse trabalho é desenvolvido em várias fazendas parceiras da região, tradicionalmente produtoras de grãos, as quais passaram a adotar os sistemas como estratégia de produção, que chega a até quatro safras ao ano só com chuvas, tornando-se Unidades de Referência Tecnológica (URT) em ILPF na região Meio-Norte do Brasil.

A ILPF tem como objetivo promover atividades produtivas durante todo o ano; diversificar as fontes de renda e aproveitar melhor a mão de obra na propriedade; diminuir os riscos econômicos e aumentar a estabilidade da renda do produtor.

Praticar uma agricultura conservacionista com recuperação de pastagens degradadas, com uso de culturas de cobertura, plantio direto e diversificação na rotação de culturas. Essas práticas visam a melhorar as condições     físicas, químicas e biológicas do solo, pelo incremento da ciclagem de nutrientes e elevação do teor de matéria orgânica.

Reduzir a pressão por desmatamento e preservar reservas florestais e matas ciliares, favorecendo estoque de carbono no solo, baixa emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE). Com isso, os impactos ambientais oriundos da atividade agropecuária são mitigados, preservando e deixando o solo produtivo para futuras gerações.



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