Empresárias usam bicicletas a fim de driblar o trânsito para entregar flores

“Muitas vezes, o consumidor não compra flores por falta de tempo ou de conveniência”

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Em meio ao trânsito carregado de São Paulo (SP), bicicletas com cestinhas cheias de flores chamam a atenção de quem circula pelos bairros de Pinheiros e Vila Madalena, na zona oeste da cidade. As bikes são utilizadas pelas empresárias Marina Prado, 27, e Tatiana Pascowitch, 40, para vender e entregar arranjos de flores.

A ideia de criar a empresa, batizada de A Bela do Dia, veio da paixão das duas por flores. "Nosso projeto inicial era vender flores em uma Kombi, mas, por conta do trânsito, perderíamos muito tempo nas entregas. A bicicleta foi a solução encontrada para fugir do problema", diz Pascowitch.

A empresa não tem um portfólio fixo como uma floricultura tradicional, de acordo com a empresária. A cada semana são trabalhados tipos diferentes de flores, como rosas, lírios, dálias, girassóis, cravinas, orquídeas, entre outras.

"O cliente não pede um arranjo de rosas, por exemplo. Nós montamos o conjunto com flores escolhidas por nós e levamos até ele", diz.

Segundo ela, as flores podem ser compradas de três maneiras: uma assinatura mensal, que custa a partir de R$ 70, na qual o cliente recebe toda semana um arranjo diferente; encomendas, que variam de R$ 6 (uma flor) a R$ 100 (20 flores); e vendas avulsas na rua.

"Estacionamos a bicicleta em um local movimentado próximo ao horário de almoço das empresas para aproveitarmos o fluxo de pessoas e vendermos mais", afirma a empresária.

De acordo com Pascowitch, a empresa tem cerca de cem assinantes, e entrega outras 200 encomendas mensalmente, em média. As vendas avulsas na rua somam 80 arranjos no final do mês. O faturamento não foi revelado.

Empresárias largaram carreiras para vender flores

Para tocar o negócio, as sócias abandonaram as carreiras. Prado é jornalista e trabalhava em um jornal da capital paulista. Pascowitch é publicitária e tinha uma agência de eventos. A mudança, segundo elas, não teve motivação financeira.

"Queríamos fazer algo que realmente nos desse prazer e nos proporcionasse uma rotina diária mais leve", diz Pascowitch. Sem revelar valores, ela afirma que o lucro atual do negócio é menor do que o salário que tinham antes, mas espera aumentar a receita gradualmente.

"Só temos um ano de mercado, ainda é pouco tempo para alcançarmos os salários que tínhamos antes", declara. A empresa foi aberta em 2013. Na época, as empresárias compraram duas bicicletas e o estoque inicial de flores. O valor do investimento inicial não foi divulgado.

Segundo Pascowitch, no início, os arranjos eram feitos na garagem da casa dela. Hoje, a empresa tem um ateliê alugado e conta com mais três funcionários, além das sócias.

Capacidade da bicicleta pode limitar negócio, diz consultor

Para o consultor especializado no mercado de flores e plantas ornamentais Augusto Aki, usar bicicletas para vender flores pode limitar a receita do negócio. Isso porque a quantidade de arranjos que cabe na bike é muito pequena.

"A empresa precisaria de muitas bicicletas para vender arranjos em quantidade suficiente para gerar lucro. A bike funciona mais como estratégia de marketing porque é mais bonita e chama mais a atenção na hora da entrega", diz.

Segundo Aki, a concorrência no segmento de flores é muito alta, principalmente devido à presença de floriculturas online e de supermercados que vendem vasos e arranjos. Uma alternativa é investir em serviços de assinatura, como faz A Bela do Dia.

"Muitas vezes, o consumidor não compra flores por falta de tempo ou de conveniência. Se uma empresa se propõe a entregar para ele um arranjo toda semana por um preço justo, é um serviço que tem grandes chances de dar certo", declara.



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