Enchentes: clima de destruição em AL

Muitas pessoas tentam voltar para o que sobrou de suas casas e recuperar roupas, móveis, pequenos objetos

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Os moradores de Branquinha (AL) estão vivendo em um cenário de destruição depois da enchente que atingiu o estado desde sexta-feira (18). Nenhum prédio público ficou em pé na região central do município, não há um documento oficial inteiro, segundo a prefeita Ana Renata Freitas Lopes. Segundo ela, a cidade terá de ser reerguida em um novo local, saindo das margens do Rio Mundaú para ladear as rodovia BR-101 e BR-104, que ficam em uma topografia mais alta e plana. Em Alagoas e Pernambuco, a chuva dos últimos dias já matou 44 pessoas. Só em Alagoas foram 29.

Muitas pessoas tentam voltar para o que sobrou de suas casas e recuperar roupas, móveis, pequenos objetos, mas enfrentam a dificuldade da chuva, que ainda atinge a cidade e mantém o leito do Rio Mundaú alto e com uma correnteza forte. Além disso, os moradores precisam superar o intenso odor de "carniça", como eles mesmos descrevem.

"Esperamos que as pessoas que estão desaparecidas sejam encontradas o mais rápido possível, mas ainda é possível acreditar que mais pessoas possam estar mortas na cidade. Por isso é importante a vinda de cães farejadores para eximirmos essa dúvida. De qualquer forma, estamos fazendo o recadastramento dos moradores. Primeiro, para sabermos quem efetivamente está desaparecido. Segundo, porque não restou um documento sequer nessa destruição", disse a prefeita.

Renata disse não acreditar que o município se transforme em um local fantasma. "As pessoas que estão indo embora e dizem que não voltam mais estão abaladas, chocadas com a destruição e a perda dos bens, da casa, de tudo que tinham. Se saírem daqui, elas vão acabar voltando", afirmou a prefeita.

Ela disse ao G1 que pretende conversar com representantes do governo Federal para tentar rever os deslocamento da cidade para outro terreno. "Teremos de construir novas casas e precisaremos de apoio federal. Se der certo, gostaria de conversar com o presidente Lula, nesta quinta-feira (24), quando ele estiver na região. Teremos de criar um novo plano diretor, rever a questão dos assentamentos de terra e das propriedades rurais dos usineiros. Branquinha é uma cidade cercada de assentamentos legais e de plantações de cana-de-açúcar."

Renata disse que essa será uma batalha que poderá durar meses até fazer com que a cidade volte à rotina de antes da enchente. "Sei que a questão da propriedade de terra será um entrave delicado, mas será preciso. Quem tem muita terra terá de doar para o muncípio, precisaremos de espaço para a cidade voltar ao normal."

A administradora municipal disse ainda que a região destruída não será habitada novamente. "Pretendo fazer com que a área que fica às margens do rio sirva de ponto de lazer apenas. Não podemos correr o risco de uma nova enchente abalar toda a comunidade como aconteceu agora", disse Renata. Ela lembrou ainda que a última enchente que atingiu a cidade ocorreu em 2000, mas os prejuízos foram bem menores do que os provocados por esta inundação.

Hospital de campanha

Homens da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros de Alagoas começaram a montar a estrutura para abrigar o hospital de campanha em Branquinha. Uma equipe de médicos do Grupo de Resgate e Atendimento às Urgências (Grau), de São Paulo, está na região para ajudar no processo.



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