Equipe do CQC é agredida a pedido de prefeito que assiste a tudo

O prefeito não se pronunciou sobre o caso

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Durante gravação de reportagem na manhã desta quinta (17) em Paraty, no litoral sul do Rio de Janeiro, uma equipe do programa CQC foi agredida por supostos capangas da prefeitura local. O que mais impressiona na história é que o prefeito de Paraty, Carlos José Gama Miranda, presenciou toda a agressão sem fazer nada.

"Nunca imaginei que pudessem tentar impedir a gente de gravar na frente de um prefeito. Essa é a última reportagem que faço para o programa. Estou impressionado: Como isso pode acontecer na frente de uma autoridade pública e ela não fazer nada, não falar nada?", questiona o repórter Erick Krominski.

O material irá ao ar na próxima segunda-feira (21), no último CQC ao vivo de 2015. Em 2016, o CQC ficará fora do ar, para descansar a imagem. A Band promete retornar com o formato em 2017.

A equipe foi até Paraty fazer uma reportagem sobre as providências que não foram tomadas desde setembro, quando um acidente com um ônibus que deveria ser fiscalizado pela prefeitura deixou 15 mortos na estrada que liga a cidade à praia de Trindade.

O repórter e a produção já tinham gravado no local do acidente, com parentes de vítimas e com pessoas denunciando descaso na fiscalização. Os profissionais foram, então, até a prefeitura falar com o prefeito.

Inicialmente, os assessores disseram que ele não iria dar entrevista. "A gente falou que não ia sair de lá sem falar com o prefeito", conta Krominski. Depois de um tumulto, o prefeito aceitou receber apenas uma pessoa do CQC. O repórter insistiu e conseguiu entrar em uma sala com o cinegrafista. O prefeito o recebeu sorrindo.

"Comecei a entrevista e um funcionário começou a tentar desconectar a câmera. Eu perguntei quem ele era e ele falou 'Foda-se'. O capanga pegou meu microfone e me socos. O chefe de comunicação da prefeitura começou a desrosquear o microfone. Enquanto isso, [o cinegrafista] Melão e um segurança ficaram brigando pela câmera, cada um puxando de um lado. Na confusão, conseguiram tirar a bateria da câmera e sumiram com ela. A gente já estava sem câmera e o prefeito ficou sentado, olhando tudo, sem fazer nada", relata Krominski, indignado.

Para o repórter, o objetivo dos assessores do prefeito "era roubar o material" que o CQC havia gravado. A bateria da câmera não foi devolvida. A gravação só terminou, do lado de fora da prefeitura, com bateria reserva.

Apesar dos socos Krominski não se machucou. A produtora Fernanda Rodrigues teve menos sorte. Voltou de Paraty com o peito dolorido e manchas roxas pelo corpo. "Estou no programa há sete anos e nunca vivi uma situação tão agressiva como essa", diz.

A versão do prefeito de Paraty será publicada assim que ele se manifestar.



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