Era uma vez sexo; pesquisa revela que a falta de libido afeta 65% das mulheres

É comum se ouvir dizer que o homem precisa mais de sexo que a mulher. Uma pesquisa realizada revelou que a falta de libido afeta 65% das mulheres

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Ilustração | Dereck
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?Meu corpo não está perfeito?, ?minha barriga está grande?, ?tenho que fazer dieta para perder essas gordurinhas localizadas?, ?não sou atraente? são reclamações frequentes entre o público feminino.

Muitas mulheres acreditam que por não se adequarem aos padrões de beleza, não são atraentes ou sexy. A frustração fica mais evidente quando se deparam com os corpos sarados nas capas de revistas, e por não encontrarem aquela perfeição quando se olham no espelho, deixar que o parceiro a veja como veio ao mundo é uma hipótese fora de cogitação.

Como não se aceitam, elas consideram que o seu parceiro sexual irá diagnosticar todos os seus defeitos na hora do sexo e criam uma série de tabus, responsáveis por não deixá-las à vontade na hora da relação sexual e como consequência dos complexos não conseguem alcançar o orgasmo.

Conforme aponta um levantamento realizado pelo Hospital das Clínicas da FMUSP, a falta de libido é a principal queixa de 65% das mulheres, mas 23% deste público sofre de anorgasmia, que é a ausência de orgasmo.

As pacientes que apresentam anorgasmia até sentem desejo pelos seus parceiros, mas o tabu sexual, trauma psicológico ou anormalidades anatômicas podem impedir que cheguem ao auge da relação sexual.

Segundo a ginecologista Rachel Barros, os complexos não permitem que algumas mulheres fiquem a vontade na hora do sexo, impossibilitando que não chegue ao orgasmo.

?O que causa a falta de orgasmo é na maioria das vezes problemas psicológicos, que foram desenvolvidos por conta de uma educação opressiva, religião, medo de engravidar, medo de adquirir doenças de transmissão sexual, vergonha do parceiro ou algum complexo em relação a seu corpo, e toda essa tensão na hora relação impossibilita que ela não atinja o orgasmo?, disse.

A médica explica ainda que as mulheres que são possuem anorgasmia, a causa também pode ser por conta de um problema anatômico. ?A falta do clitóris, a hipertrofia de pequenos lábios, que pode levar a dificuldade de alcançar o clitóris durante a relação sexual ou até uma má formação vaginal, tudo isso pode provocar o problema. A anorgasmia pode ser patológica, quando algumas infecções causam dor na hora da penetração?, afirmou Rachel.

As mulheres preferem conviver com o problema a ter que procurar uma ginecologista. Mas ao contrário do que muitas mulheres pensam, a anorgasmia tem tratamento, e dependendo da causa, que pode ser anatômica ou patológica, pode ser tratada cirurgicamente, clinicamente ou até com a ajuda de um psicólogo.

?A grande maioria dos casos a causa é psicossocial e deve ser corrigida com acompanhamento psicológico, terapia de casal, troca de idéias com outras pessoas informadas sobre o assunto, objetivando que a mulher conheça seu próprio corpo, pois ao se tocar, e descobrindo seus pontos erógenos, ela conseguirá quebrar os complexos e melhorar sua vida sexual?, afirmou Rachel.

Vaginismo também inibe o orgasmo

O vaginismo é a contração involuntária das paredes da vagina, e impede ou dificulta a penetração do pênis durante a relação sexual causando dor. O problema pode ser ocasionado por conta de problemas psicossociais. De acordo com a ginecologista Rachel Barros, o tratamento para o vaginismo é acompanhamento psicológico e terapia individual ou de casal.

?Em alguns casos isolados também podem ser indicados o uso de antidepressivos, mas para diagnosticar a causa é necessário uma conversa franca com a paciente ou exame físico para excluir alguma causa anatômica ou patológica.

Por isso é importante que as mulheres quando procurarem o ginecologista para fazer o exame de prevenção, reclame para o médico que não conseguem alcançar o orgasmo para que seja iniciado o tratamento adequado?.

A médica alerta ainda que uma vez descoberto o problema, deve-se tratar prontamente, e quando a causa é psicológica e o trauma é realmente superado, a mulher conseguirá alcançar o orgasmo. ?Se ela passar a se conhecer, se aceitar, se tocar e deixar se liberar com o parceiro, este problema não mais será uma ?pedra em seu sapato??, concluiu a ginecologista Rachel Barros.

Rotina cansativa também é responsável por diminuir libido

Com a mulher cada vez mais atuante no mercado de trabalho, o cansaço vem como consequência de uma carreira profissional de sucesso, tudo isso tem sido responsável por reduzir a libido entre o público feminino, pois com a rotina cheia de afazeres, quando elas chegam em casa só pensam em fazer uma coisa, dormir.

Conforme explica uma gerente que preferiu não ser identificada, o marido já reclamou da sua falta de vontade de fazer sexo, mas o cansaço é tanto que ela não consegue fazer nada para mudar essa falta de libido.

?Sou gerente de uma empresa, faço pós-graduação e um curso de inglês, e quando chego em casa estou tão cansada, que o interesse em fazer sexo é zero. Eu sei que isto está afetando meu casamento, mas não tenho condições físicas para mudar essa realidade?, comentou.

A gerente conta ainda que ainda tentou praticar atividade física para tentar aumentar sua disposição, mas não conseguiu dar continuidade porque se sentia esgotada fisicamente para malhar.

?Uma amiga até me aconselhou a começar a praticar algum esporte, mas a minha rotina é tão puxada, que no final do dia não tenho tempo para mais nada. Pode até ser que o cansaço não seja o único responsável por esta falta de libido, mas não é um assunto que me sinto a vontade para tratar com outra pessoa?, afirmou.

Assim como a gerente, muitas mulheres que sofrem com a falta de libido ou orgasmo, devem procurar um especialista o quanto antes, logo a quebra de tabus será o responsável por proporcionar que elas cheguem ao orgasmo, até então desconhecido por elas.



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