Jovem sobrevivente da Kiss lembra tragédia há 10 meses: “Superando”

Márcia Brum tem apoio da família e de amigos para seguir em frente.

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Depois de sobreviver ao incêndio da boate Kiss em 27 de janeiro, passar 44 dias internada no hospital e seis meses afastada de atividades profissionais, a jovem Márcia Brum voltou à loja de roupas onde trabalha em Santa Maria. Dez meses após a tragédia, ela conta com o apoio de amigos e familiares para seguir em frente, como mostra a reportagem do Bom Dia Rio Grande, da RBS TV.

É com um sorriso no rosto de Márcia recebe os clientes. Com o tempo ela vai retomando a rotina do dia a dia e aprendendo a conviver com a saudade. A jovem foi resgatada de dentro da casa noturna, e perdeu duas colegas de trabalho que não resistiram ao incêndio. No total 242 pessoas morreram.

"Sei que posso contar com as amigas, com a família. É um dando apoio para o outro, assim a gente consegue superar. Eu, graças a Deus, estou conseguindo superar", salientou.

Assim como ela, o jovem Rodrigo Moura Ruoso sobreviveu à tragédia. Ele trabalhava como segurança na Kiss e onseguiu se salvar e ajudar outras pessoas a sair de dentro da boate. Ele diz conviver com a dor e pretende criar um grupo de ajuda mútua com outros sobreviventes. "Foi uma dor forte, mas trouxe um crescimento grande para minha vida. Hoje isso me faz dar mais valor para as coisas, para mim mesmo, para as pessoas", pontua.

Familiares de vítimas encontraram no voluntariado uma saída para as lembranças tristes e a saudade das pessoas que perderam no incêndio. ONGs foram criadas e trabalhos voluntários são organizados frequentemente. Um exemplo é o projeto Para Sempre Cinderelas, criado por mães de cinco jovens que morreram na tragédia. O grupo arrecada doações para crianças carentes.

"Elas eram umas verdadeiras cinderelas, tinham horário para sair, bonitas, enfeitadas, maquiadas, e tinham horário para voltar juntas", explica a mãe Gilsélia de Castro Oliveira sobre a origem do nome da ONG. O trabalho já era realizado pelas cinco amigas. E continuar foi a maneira encontrada pelos pais de terem as filhas sempre lembradas.

Também é pensando no filho caçula que Marta Beuren é voluntária da Associação de Pais de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVSTSM). Silvinho, como era chamado, morreu aos 31 anos. Ele entrou na boate minutos antes de o fogo começar. "Eu faço isso pelo Silvinho, porque ele era uma pessoa muito especial. Não é porque ele partiu para outro lado da vida que ele ficou um especial, não. Ele era aqui", conta a mãe.

A associação começou com um gesto de desapego, com a doação de roupas das vítimas. Depois, o grupo começou a receber alimentos. Em uma sala emprestada pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), cestas são montadas e entregues a familiares de outras vítimas. São cerca de 30 beneficiados. Muitos enfrentam problemas de saúde ou não conseguiram voltar a trabalhar.

Além de doações, voluntários levam amparo a quem precisa. "Quando eu lembro desse dia eu fico triste, aí venho para cá. A gente começa a conversar, tem que fazer isso, fazer aquilo. Vamos nos distraindo", diz Maria Aparecida Neves, mãe de vítima.

Programação de 10 meses terá debate e abraços grátis

A exemplo do que ocorre todos os meses, uma programação irá lembrar nesta quarta-feira (27) os 10 meses da tragédia de Santa Maria. A Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes organiza a partir das 15h uma distribuição de abraços na Praça Saldanha Marinho.

A novidade na agenda deste mês é o debate sobre prevenção de incêndios será realizado no mesmo local pelo Conselho de Profissões Regulamentadas do município. Os familiares também confirmam uma manifestação que irá repetir o chamado minuto de barulho na Praça dos Bombeiros, às 19h.

Já na Igreja de Confissão Luterana, na esquina das ruas Coronel Niederauer e Barão do Triunfo, haverá um ato ecumênico para encerrar as atividades, às 19h.



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