Exame comprova que sangue achado em carro da PM não é de Amarildo

MP vai apresentar relatório sobre desaparecimento à familia nesta quinta.

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Não é do pedreiro Amarildo de Souza, desaparecido desde do dia 14 de julho, na Rocinha, Zona Sul do Rio, o sangue encontrado em carro usado por PMs da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da comunidade. O resultado do exame de DNA realizado pela manhã foi confirmado pela Polícia Civil na noite desta quarta-feira (31). O pedreiro sumiu após ter sido levado por policiais para averiguação.

O material genético de Ana Beatriz, de 13 anos, e Anderson Gomes, de 21, filhos de Amarildo, foi coletado pela manhã na Acadepol, no Centro do Rio. Segundo o delegado Orlando Zaccone, delegado da 15ª DP (Gávea), que investigava o caso até esta quarta, quando a Divisão de Homicídios assumiu, o exame só ficaria pronto na sexta-feira (2), mas saiu antes.

Família encontra MP

Um dos filhos de Amarildo de Souza foi recebido pelo procurador-geral de Justiça, Marfan Martins Vieira, que se comprometeu a tratar o caso com o máximo de empenho. Nesta quinta (1º), o Ministério Público vai receber a mulher de Amarildo, Elizabete Gomes da Silva, para apresentar à família o relatório sobre o desaparecimento do pedreiro.

O delegado informou também que vai sugerir que a DH faça uma diligência em um depósito de lixo em Seropédica, na Baixada Fluminense, após denúncias de que um corpo teria sido retirado da Rocinha em um caminhão da Comlurb.

"Fizemos uma diligência no Caju, após essa denúncia, mas fomos informados que o lixo já teria ido para Seropédica. Vamos sugerir que a DH faça uma diligência lá", afirmou.

Família acredita em morte

A irmã de Amarildo, Maria Eunice Dias Lacerda, acredita que o pedreiro foi assassinado. "Aconteceu, mataram ele. Se ele tinha problema com polícia não sei, mas creio que não. Ele foi pego como alvo e não sei porque fizeram isso com ele. Espero que dê positivo [o exame de DNA] e estamos na esperança. É um alívio dar positivo, isso machuca muito, todo mundo está magoado", declarou Maria Eunice.

Câmeras não funcionaram

A empresa Emive, responsável pelas duas câmeras instaladas na UPP da Rocinha, Zona Sul do Rio, emitiu um relatório pedido pela Polícia Militar em que afirma que ambos equipamentos de filmagem no local deixaram de funcionar justamente no dia do sumiço do pedreiro Amarildo.

No dia seguinte ao sumiço, um técnico da Emive constatou que o equipamento estava queimado. De acordo com a empresa, o equipamento estraga com frequência em redes elétricas instáveis. Apesar disso, das 80 câmeras da Emive na Rocinha, apenas as duas da UPP apresentaram problemas naquela noite.

A Polícia Civil informou que o delegado titular da 15º DP (Gávea), Orlando Zaccone, está analisando as imagens das câmeras instaladas em outros locais na comunidade da Rocinha e os GPS das viaturas da PM, na busca por pistas que levem ao paradeiro do pedreiro,

Na noite desta terça-feira (30), um corpo encontrado na localidade do Valão, na Rocinha, deixou a família de Amarildo apreensiva. Familiares foram ao local, mas informaram que o corpo era de uma mulher.

Entenda o caso

Amarildo Souza Lima, conhecido como "Boi", sumiu logo depois de prestar depoimento a policiais da UPP no dia 14. Após vários protestos de moradores, que chegaram a fechar a Autoestrada Lagoa-Barra duas vezes, nos dias 17 e 19, e do início da investigação, a Polícia Militar informou o afastamento dos serviços operacionais de quatro PMs envolvidos no caso. Os afastados atuam na UPP da Rocinha e irão trabalhar administrativamente na Coordenadoria de Policia Pacificadora (CPP) até a conclusão do inquérito.



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