Experiência vai colocar o Piauí no comércio de sequestro de carbono

A área de um hectare é acompanhada por técnicos de uma empresa dos Estados Unidos.

APICULTOR | Arizorlan coordena o projeto com planta nativa da Austrália | Reprodução Jornal MN
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Uma experiência pioneira no Piauí com o plantio da Acácia Mangium, uma planta nativa da Austrália, de Papua Nova-Guiné e da Indonésia, está dando bons resultados. A espécie, que tem inúmeras utilidades, adaptou-se bem ao solo árido da comunidade Ponta da Serra, no município de Jurema, a 600 quilômetros de Teresina.

A área de um hectare é acompanhada por técnicos de uma empresa dos Estados Unidos que tem filial em Minas Gerais e que testa a acácia em alguns Estados do Brasil. A planta, além de muito resistente diante das longas estiagem, tem muitas vantagens para os projetos de reflorestamentos de áreas degradadas.

Segundo o coordenador da experiência no Piauí, o apicultor Arizorlan Dias de Oliveira, a acácia plantada no Piauí poderá ser usada no comércio internacional do sequestro de carbono. Segundo ele, a planta demonstrou maior capacidade de remoção de poluentes da atmosfera que outras espécies estudadas.

Arizorlan disse que os resultados da experiência com Acácia mangium no Piauí estão sendo surpreendentes, principalmente por causa da resistência leguminosa na seca e da fácil convivência da planta com outras espécies.

“Plantei as mudas de acácia junto com outros matos para ver como ela ia reagir. Durante o período seco, as plantas nativas ficaram murchas, mas a acácia ficou verde o tempo todo. Esta planta me surpreendeu muito”, explica.

O apicultor falou que a acácia pode ser um verdadeiro achado para o setor apícola do Piauí. Isso, segundo ele, porque as abelhas podem produzir bastante mel utilizando tanto os cachos de flores quanto as folhas. Durante a reportagem, foi possível verificar que muitas abelhas comiam a folhagem da acácia como se estivessem sobre um pote de mel. Mesmo sob o sol forte, a busca pelo alimento ocorria de forma frenética.

“A acácia é rica em tanino e em celulose. É importante para o setor moveleiro, para a apicultura e para a alimentação de animais. É muito resistente à escassez de chuva. A folha tem uma grande variedade de proteínas. Cresce rápido (mais de 30 centímetros por mês) e chega a uma altura de até 30 metros. A raiz se espalha pela terra e ajuda na recuperação do solo. Convive bem com outros matos e pode ser plantada em consórcio outras culturas, como do milho, feijão, mandioca e outras”, explica Arizorlan.

Projeto será levado para outras localidades

Ao falar sobre a experiência com a Acácia mangium para a reportagem, o apicultor Arizorlan Dias de Oliveira surpreendeu os moradores da comunidade Ponta da Serra, que não tinha ideia sobre a importância das plantas verdes colocadas no meio de uma área degradada. Muitos querem saber mais sobre a espécie e até pedem algumas mudas para plantar no quintal.

Ele ainda não doa mudas por causa da dificuldade para conseguir as sementes, mas planeja ampliar o projeto e levar a ideia para outras comunidades. Segundo ele, as pessoas que têm terras podem ganhar dinheiro, principalmente com o comércio do sequestro de carbono.

Arizorlan conta que conheceu a experiência com a Acácia mangium em Minas Gerais e resolveu trazer a ideia para o Piauí. Ele explicou que o projeto segue normas científicas.

“Tudo que ocorre com a planta tem de ser anotado. Os relatórios sobre a experiência são enviados para os técnicos em Minas Gerais. A ideia é verificar todo o comportamento da planta na nossa região, levando em conta o clima, a condição do solo e a convivência com outras plantas”, acrescentou Arizorlan.



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