Exposição em shopping de Teresina é alvo de ataques e ameaças

A mostra faz parte de uma semana dedicada à visibilidade, respeito e autonomia à identidade de gênero e não tem ligação com crimes contra crianças.

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Artistas e palestrantes da exposição R(E)xistências Trans, marcada para acontecer entre os dias 11 e 18 deste mês, no Teresina Shopping, zona Leste da capital, sofreram ataques de ódio e ameaças nas redes sociais. O Instagram do centro comercial fez um post na manhã desta segunda-feira (9) para divulgar as atrações do evento e recebeu uma série de comentários ofensivos. A narrativa empreendida por alguns internautas afirma que a exposição faz apologia à pedofilia.

A mostra faz parte de uma semana dedicada à visibilidade, respeito e autonomia à identidade de gênero e não tem ligação com crimes contra crianças. A conta do Teresina Shopping chegou a deletar a primeira postagem sobre o evento para conter os ataques nos comentários. Na tarde desta segunda-feira (9), o shopping compartilhou uma nova publicação sobre o evento.

Exposição em shopping de Teresina é alvo de ataques e ameaças  (Foto: Redes sociais)

Uma das participantes que sofreu ameaças foi a estudante de moda e mãe de uma criança trans Amanda Pitta, convidada para proferir a palestra “Infância Trans: uma perspectiva materna”. Ela contou ao portal Meio Norte que está reunindo prints com ameaças e para registrar um Boletim de Ocorrência (B.O).

“Foram muitas mensagens de ódio e ameaças, no momento, eu não consegui acompanhar muita coisa, a gente vê que tem muita falta de informação, as pessoas distorcem as coisas propositalmente para levar outras pessoas a acreditarem. Algumas pessoas disseram que era um evento sobre crianças e para crianças, que não se ensina sexo para crianças”, falou.

Exposição em shopping de Teresina é alvo de ataques e ameaças  (Foto: Redes sociais)

Segundo Amanda Pitta, o Teresina Shopping convocou uma reunião com organização do evento para estipular ações de segurança na semana da exposição.  Entre as diversas mensagens de ódio, um homem identificado como Robert Quadros chegou a xingar os participantes da exposição e fez uma ameaça. “Deixem as crianças em paz seus dejetos, se eu passar pelo evento, vou deixar minha parcela de contribuição, me aguardem”, escreveu na publicação do Teresina Shopping.

Amanda Pitta acredito que os comentários de ódio vêm de conservadores e também têm sido motivado por movimentos antidemocráticos registrados em todo o país. “A gente vê a importância de levar essa palestra para o Shopping, a gente precisa ocupar esses espaços para não haver mais esse tipo de desinformação. Eu fiquei com muito medo, estou com medo, mas o Shopping vai fazer um trabalho de segurança específico para que o evento ocorra. O nome da exposição é ‘R(E)sistencia, nós já estamos acostumados a passar por esse tipo de coisa, com pessoas querendo nos calar, mas a vontade de ser vista, a necessidade, se faz maior finque qualquer medo, não vamos nos calar”, disse Amanda Pitta.

Exposição em shopping de Teresina é alvo de ataques e ameaças  (Foto: Redes sociais)

O Coletivo 086, movimento piauiense pela luta, voz e visibilidade LGTQI+, divulgou uma nota de repúdio contra os ataques à exposição. 

Confira:

Na manhã de hoje, 08/01/2023, na rede social Instagram do @teresinashopping, uma postagem sobre a "Exposição R(E)XISTÊNCIAS Trans", com curadoria de Grax Medina (@graxmedina) e Douglas Machado (@trincafilmes), que iria ocorrer no período de 11 a 31 de janeiro de 2023, no espaço cultural do shopping, começou a ser atacada de maneira violenta e preconceituosa, principalmente com a Palestrante Amanda Pitta, Mãe de uma menina trans, ativista de direitos humanos e em especial de crianças trans. A mesma só soube do ocorrido, através das redes sociais, onde amigos e artistas locais, relataram o acontecimento. O Teresina Shopping arquivou/excluiu a postagem, a fim de conter os ataques e preservar a integridade dos artistes e palestrantes. O Coletivo 086, repudia toda e qualquer forma de preconceito, transfobia ou intolerância contra as pessoas LGBTQIA+. Gostaríamos de deixar claro, que o evento em questão não era para crianças, como estão distorcendo, uma das palestrantes é de mãe de uma criança trans, e a palestra era sobre sua vivência

 



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