Falta de água causa transtornos para moradores na Z. Sul

Sem abastecimento de água regular durante quase a semana inteira, a população da zona Sul tem sofrido bastante por causa disso

Em algumas casas há relatos de que a água só chegava de madrugada, durante um período de uma hora e meia | Jonathan Dourado
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Os últimos dias foram difíceis para os moradores da maioria dos bairros da zona Sul. Isso porque, na semana passada, faltou água praticamente o tempo inteiro. As torneiras só eram ligadas à noite ou de madrugada.

Os bairros mais afetados com o problema foram Tabuleta, Morada Nova, Lourival Parente, Bela Vista, Parque Piauí, Promorar, Saci e Vila Irmã Dulce.

Na casa de Eliane Silva, na Tabuleta, faltou água durante todo o final de semana e, quando chegou, a aparência era turva. Segundo a moradora, foi preciso fechar o registro para evitar que a água continuasse subindo até a caixa. ?Vamos ter que lavar antes, para que água limpa não se misture com essa outra barrenta?, disse Eliane.

No bairro Morada Nova, os moradores dizem que a água chega às 4h da manhã e falta às 5h30. Mesmo assim, como não tem muita força, acaba não chegando aos apartamentos mais altos. Para Maria de Jesus Souza, o pior é que a população não pode se preparar, já que não são avisados sobre a falta da água.

?Eu só queria entender porque isso está acontecendo. Se é para fazer melhorias, deveriam liberar pelo menos à noite toda, até umas 8h?, sugere Maria de Jesus. Na tarde de segunda-feira, os moradores do bairro Lourival Parente não sabiam se o fornecimento de água ia continuar normalmente.

Segundo Cátia Maria da Silva, nos últimos dias, a água para consumo diário vinha do poço tubular do campo de futebol mais próximo e de uma empresa de ônibus.

?Estamos com muita roupa suja acumulada, porque a gente começa a lavar e falta água. Tivemos que encher algumas vasilhas por causa das crianças de 2 e 6 anos?, afirma Cátia.

Agespisa diminuiu a produção para tirar a turbidez da água

Segundo informações da Agespisa, o problema ocorrido na semana passada deve-se à redução temporária na produção de água em decorrência do aumento da turbidez do rio Parnaíba, que fica mais elevada nesse período do ano. As chuvas que caem com maior intensidade na região das nascentes arrastam sedimentos para a calha do rio, tornando a água barrenta.

A redução na produção de água é necessária porque a ETA leva mais tempo para concluir o tratamento. Com isso, as regiões mais elevadas da cidade, como alguns bairros da zona Sul, são afetadas. De acordo com a Agespisa, não há como avisar aos moradores porque o aumento da turbidez da água do rio não é previsível. Nessa segunda-feira, o nível de turbidez do rio estava em torno de 150 UTs, considerado elevado, mas a produção não precisou ser interrompida.

Quanto à água turva que ainda está chegando às torneiras, a Agespisa informa que isso pode acontecer devido os sedimentos que ficam da tubulação após algum período de desabastecimento, mas o problema seria momentâneo.

Comerciantes contabilizam os prejuízos

Os transtornos com a irregularidade no fornecimento de água também podem trazer muitos prejuízos a quem depende dela para ganhar dinheiro. É o caso de pequenos negócios que funcionam nos bairros, como salões de beleza, lava-jatos e lanchonetes.

Segundo Bárbara Nascimento, funcionária de uma sorveteria no Morada Nova, durante a semana passada a água usada para lavar os utensílios era levada em garrafões de 5 litros. ?Quando faltava, a gente ligava para o nosso patrão e ele vinha deixar, mas era muito complicado para servir as pessoas desse jeito?, afirma Bárbara.

Mas o prejuízo maior foi da proprietária de um salão de beleza, Maria Lucirene Melo. Após três dias seguidos sem água de jeito nenhum, ela deixou de ganhar mais de R$ 1 mil. ?Parei de fazer as aplicações de química, os cortes femininos e as escovas. As manicures traziam a água de casa para fazer as unhas das clientes?, conta Lucirene.

A cabeleireira conta que, no sábado, estava fazendo uma coloração quando faltou água. ?Tive que usar o que tinha em um balde para tirar a tinta do cabelo da cliente. E depois disso fiquei até 20h só fazendo sobrancelhas e cortes masculinos. Mas o lucro desses serviços é muito pequeno?, disse Lucirene, acrescentando que muitas clientes vieram ao salão para lavar o cabelo, porque nas suas casas já estava faltando água há alguns dias.

Alunos de escola de tempo integral ficam sem aula

No Centro de Ensino Médio de Tempo Integral João Henrique de Almeida Souza, no Morada Nova, cerca de 300 alunos tiveram prejuízo de cinco dias de aula. Eles deveriam ficar na escola da 7h até as 17h e fazer três refeições por dia. Mas a utilização do refeitório foi inviabilizada por conta da falta de água.

Segundo a diretora Maria Luiza Alves, os estudantes ficaram sem aula em um dos dias. Nos quatro restantes, eles foram embora mais cedo porque não tinham como fazer as refeições. ?Por sorte estamos entrando no período de férias e estão vindo somente os alunos que ficaram em recuperação?, afirma a diretora.

O colégio de ensino integral também é abastecido por oito caixas de água, mas a encanação só chega até os banheiros e vestiários. Também serve para os moradores da região, que vão buscar água das caixas para uso doméstico.



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