Fatores externos influenciam na formação de personalidade

A personalidade se constitui por meio de vários aspectos: sejam eles genéticos, sociais ou do temperamento hereditário.

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Até os 7 anos de idade, uma criança já tem uma personalidade formada, um maior desenvolvimento na coordenação motora e facilidade de adquirir conhecimentos. Logo, todos passam a ter mais gostos, qualidades, manias, fragilidades e uma infinidade de características que fazem um ser se diferenciar dos demais. 

Exatamente nesse início de desenvolvimento que tudo que está em excesso ou falta é algo patológico, esclareceu Katyussia Ludwig, psicóloga, que explicou que  "é por meio de características psicológicas que interagimos com o mundo".

Crédito: José Alves Filho

A personalidade se constitui por meio de vários aspectos: sejam eles genéticos, sociais ou do temperamento hereditário. "Então, quando falamos de personalidade, falamos de uma construção, de um processo de interação entre o ambiente da criança e toda a carga e histórica genética e hereditária", explica a psicóloga. 

Na dinâmica social e de vivência, existem fatores que podem desencadear em processos de adoecimento mental ao longo da vida. A negligência, violência e demais fatores sociais complexos são alguns deles. A proteção fornecida pela família é essencial para fortalecer uma criança. 

Como exemplo, Katyussia explica o caso de uma pessoa inserida no âmbito da vulnerabilidade social ou que vive em um ambiente que a faz sofrer violências.  "Esse estado vai interferir na forma que uma criança vai desenvolver o processo de personalidade".

Mas, também, o excesso de proteção faz mal, assim como a negligência. "A criança tem fatores de proteção internos, muito importantes quando a gente fala de personalidade. Isso vai fazer com que ela possa se tornar um adulto saudável ou um adulto com um transtorno de personalidade", conta.

Diante desse fato, a psicóloga explica que o conceito de família inclui muito mais pessoas. Nesse grupo também há outros indivíduos envolvidos no cuidado de uma criança. Na forma que cada uma leva a infância, com as crianças muito quietas e tímidas é importante avaliar se ela não está sofrendo um processo de violência.

"Timidez é algo muito amplo. É uma característica de comportamento específico que pode ser por uma série de fatores. Às vezes a criança está sofrendo bullying na escola e então ela vai tentar ficar mais retraída", explicou.

Todavia, com crianças que já são naturalmente tímidas, mais observadoras e menos expansivas, é algo próprio da personalidade dela. Mas a atenção deve sempre prevalecer. Um comportamento diferente é uma pista para perceber algo que ela não consegue expressar e acaba tornando-a mais quieta e calada.

"O que faz ela repentinamente ficar tímida e retraída pode ser também por violência sexual, bullying  ou violência psicológica", falou.

Crédito: José Alves Filho

Com as crianças muito agitadas, é essencial não "patologizar" demais. "Hoje em dia tudo é rótulo, mas não é assim. Crianças em geral exploram o mundo em sua volta, e até os 2 anos de idade, os níveis de desenvolvimento, tanto físico, quanto cognitivos são altos". 

E quanto a imensa vontade de brincar, socializar e aprender? Ela não deve, de modo algum, ser confundida com hiperatividade.

"Há crianças que apresentam um quadro de hiperatividade. Mas já estamos falando do transtorno de neurodesenvolvimento, que pode ser um Transtorno de Défict de Atenção (TDAH) ou outra coisa. É algo muito complexo e nada pode ser taxativo", disse.

Traumas: a orientação é necessária

Perdas de entes queridos, violência e demais situações traumáticas são difíceis em qualquer idade. Lidar com as problemáticas comuns, em toda vida, pode gerar futuros problemas que ocasionam ou não um comprometimento à saúde mental. "É preciso  que os pais busquem ajuda profissional para as crianças. Um bom profissional vai orientar os pais no processo de luto, com eles, trabalhar a ausência de um ente querido, pois não temos como proteger a criança desses aspectos do mundo, aspectos de crescimento", relata.

Fazer com que essa criança se fortaleça, crie resiliência e lide com dificuldades, requer delas uma habilidade socioemocional.

"A nossa geração é uma geração que não quer muito lidar com emoções. Sentir raiva é feio, ninguém quer sentir tristeza e nem medo. Mas todo mundo precisa saber que as crianças precisam lidar com essas emoções que vão estar presentes durante toda a vida delas" relata. 

Katiussia explica que não existem emoções boas ou ruins e sim emoções agradáveis e desagradáveis. Ensinar desde cedo que elas existem faz parte do crescimento de cada indivíduo. (A.S.)



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