Fazenda no Rio de Janeiro causa polêmica ao naturalizar escravidão

Em portais com dicas de turismo é possível ver a naturalidade.

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Estamos em 2016 e não existe mais escravidão ou fazendas de engenho do Brasil colonial, certo? Inacreditavelmente, a resposta está errada. O The Intercept Brasil divulgou a história de uma fazenda, no Vale do Paraíba fluminense, que era conhecida nos tempos da escravidão pela brutalidade com que tratavam os escravizados. Atualmente, a economia da região explora o turismo, que naturaliza o racismo e a escravidão. A atração macabra está, inclusive, no mapa da cultura do Rio de Janeiro.

O lugar é a Fazenda Santa Eufrásia, em Vassouras, única fazenda particular tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional no Rio de Janeiro (Iphan-RJ) no Vale do Café, construída por volta do ano de 1830.

“Geralmente eu tenho uma mucama, mas ela fugiu. Ela foi pro mato. Já mandei o capitão do mato atrás dela, mas ela não voltou (…) Quando eu quero pegar um vestido, eu digo: ‘Duas mucamas, por favor!’. Porque ninguém alcança lá em cima.”. A frase é dita por Elizabeth Dolson, bisneta do coronel Lemos e proprietária da fazenda, que se apresenta como sinhá ao receber turistas em suas terras, como pode ser visto nesse vídeo.

Ela é a guia das visitas agendadas diariamente. Vestida com roupas de época, anda acompanhada de negras trajadas como escravas, servindo café para quem paga até R$ 65 pelo tour. Ficou impressionado? Pois muita gente acha normal e passa um dia descontraído nas senzalas e casas grandes.

 “Racismo? Por causa de quê? Por que eu me visto de sinhá e tenho mucamas que se vestem de mucamas? Que isso! Não! Não faço nada racista aqui. Qual é o problema de ter… não!”, respondeu ao ser questionada sobre o racismo de seu teatro pela repórter do The Intercept.

Em portais com dicas de turismo é possível ver a naturalidade dos visitantes, que inclusive deixam elogios como: “Visita guiada pela proprietária do imóvel, D. Beth, que é uma lady. Muito hospitaleira e simpática, dá detalhes do cotidiano dos antigos moradores da fazenda. Sua primeira pergunta, ao se apresentar: “Notícias da corte?”. Isso marca o início de uma viagem pelo tempo.”



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