Fifa investiga vendas de ingressos falsos

Pela internet, empresas não credenciadas pela Fifa lucram com vendas de pacotes

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Nem tudo são flores na Copa do Mundo da África do Sul. Depois de problemas com furtos e greves em vários setores, ingressos falsos vendidos pela internet têm tirado o sono da Fifa e demais organizadores do Mundial. Famílias e grandes empresas locais e multinacionais chegaram a perder mais de cinco milhões de dólares (R$ 9 milhões aproximadamente). Dezenas de sul-africanos e torcedores estrangeiros perderam muito dinheiro após terem seus ingressos cancelados nas catracas por não terem sido comprados através de agentes credenciados pela Fifa. O que pode explicar parcialmente a falta de público em alguns jogos do Mundial.

Clifford Green, advogado da Fifa, confirmou que esta semana entregou à polícia um dossiê com depoimentos de sete empresas, destacando suas perdas.

A multinacional petroquímica Sasol, por exemplo, gastou cerca de três milhões e trezentos mil Rands (R$ 7,7 milhões aproximadamente) faturados por uma empresa de venda de ingressos não credenciada pela Fifa. Dos 110 bilhetes, estariam jogos da fase de grupos, as duas semifinais e a final. Também pagaram por serviços exclusivos durante os jogos, incluindo refeições e bebidas.

Jacqui O" Sullivan, gerente de comunicação da companhia, confirmou que em 2008, uma empresa conhecida como "Marcus Evans Group", ofereceu serviços de hospitalidade e pacotes de ingressos para a Copa das Confederações e a Copa do Mundo respectivamente. E que, no mesmo ano, a companhia depositou 50% do valor total cobrado pelos serviços, gastando cerca de R$ 4 milhões.

No entanto, em 2009, a Sasol descobriu, durante a Copa das Confederações, que a tal empresa "Marcus Evans Group" não estava credenciada pela Fifa, acionando advogados para recuperar o prejuízo.

Outras empresas lesadas pelo golpe do ingresso falso foram uma empresa de Joanesburgo, outra de Bloemfontein, Cidade do Cabo e Melrose Arch.

Cambistas são detidos, mas liberados após pagamento de fiança

Esta semana, a Fifa nomeou a ?Euroteam?, uma empresa norueguesa, que opera vários sites, como uma destas que vendem ingressos ilegalmente. O dinamarquês Michael Bakkestrom e o alemão Siv Anne Balsley foram citados no Tribunal de Magistrados de Randburg, na semana passada, por suposta venda ilegal de bilhetes em nome da "Euroteam".

Ambos foram presos em um hotel cinco estrelas de Joanesburgo depois que a polícia encontrou 70 ingressos com os mesmos, no início deste mês. Funcionários da Fifa também estavam hospedados no hotel. No entanto, foram liberados após pagarem fiança.

Apesar de repreendida, a "Euroteam" manteve anuncio nos jornais Sunday Times"s e The Times com o título: "Ingressos para a Copa do Mundo. Todos os jogos incluindo a final". Todavia, um pequeno slogan no canto inferior da página afirma que a empresa não é credenciada da Fifa e que todas as encomendas estão sujeitas à lei norueguesa.

Alguns dos que se utilizaram dos serviços foram prejudicados porque tiveram seus nomes impressos nos bilhetes erradamente e cancelados nas catracas. Uma família de Virgínia, nos Estados Unidos, uma mulher mexicana e um sul-africano de Pretória, conhecido como Hugo Groenewald.

Groenewald, cujos bilhetes deviam ser enviados a ele com antecedência, só conseguiu buscá-los a partir de um agente em Sandton, quando o jogo estava prestes a começar. O planejador de transportes da cidade de Pretória não conseguiu assistir a partida depois de descobrir que quatro bilhetes continham o nome errado e os outros dois nem nome continham.

- Admito que fui ingênuo e estou sendo acusado, mas a Fifa deve ter alguma culpa. Essas pessoas anunciam ingressos para a Copa do Mundo abertamente. Como a Fifa não pode reagir e alertar o mundo sobre isso? - desabafou.

Fifa pede auxílio à Scotland Yard

Vish Naidoo, coronel e porta-voz da polícia sul-africana, confirmou a investigação de um caso de venda de ingressos em um site não credenciado pela Fifa. Para todos os efeitos, a entidade divulgou um comunicado informando a todos os lesados por problemas com ingressos, qu estão trabalhando, em estreita colaboração com a Scotland Yard (polícia britânica), para eliminar diversos sites fraudulentos e não autorizados.

Clifford Green disse que uma destas companhias estabeleceu empresa fictícia no principado europeu de Liechtenstein.

- Eles emitem faturas aos clientes a partir de um endereço em Liechtenstein. Descobrimos que há apenas uma caixa postal - revelou.

Quem tiver ingresso e quiser vendê-lo deve se cadastrar no site oficial da Fifa e acessar a opção "Resale Platform". O site avisa que não há garantia de que um bilhete apresentado para revenda seja vendido. Se você já tiver coletado uma cópia do seu ingresso, esta não será aceita para revenda.



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